Sonae, Conselho de Redacção e provedor do público não comentam sequer eventual saída de José Manuel Fernandes
À saída de um evento de campanha do PSD e do CDS, em Rio Maior, na quarta-feira, José Manuel Fernandes comentou a presença ali com curiosidade pela acção no terreno. Para fora do jornal, ou do grupo (Sonaecom) em que está integrado, foi tudo o que se ouviu até agora. Mas na redacção do Público sentiu-se algum "incómodo" e ao director do jornal foram solicitadas explicações.
Depois do "caso das escutas" e de o Público ter revelado alegadas suspeitas que a Presidência da República teria em relação ao governo, que fizeram disparar leituras políticas de favorecimento ao PSD, sobretudo depois do DN ter revelado um e-mail em que Fernando Lima, assessor de Cavaco Silva, se revelava como a fonte do jornal do Grupo Sonae, a redacção do Público quis esclarecer em que circunstâncias se encontrava José Manuel Fernandes em Rio Maior. O director tinha dito nessa noite que a ligação aos colunistas do Público Pacheco Pereira (candidato pelo PSD) e Lobo Xavier (CDS), ali presentes, também justificava a comparência.
Ontem, o DN confrontou a Sonaecom e o Conselho de Redacção (CR) do Público com estas informações, mas não obteve qualquer esclarecimento. "A Sonaecom não tem comentários a fazer", disse um porta-voz da empresa, negando-se também a dizer se o inquérito para apurar a de onde saiu o e-mail publicado no DN estava concluído. O CR diz que o que tiver de tratar "será tratado a nível interno". O provedor do leitor do Público, Joaquim Vieira, remeteu para a sua coluna semanal qualquer posição.
Ontem ainda, voltaram a circular notícias de que José Manuel Fernandes já acertou a rescisão do contrato com a Sonae, estando prevista a saída do cargo de director do jornal no final de Outubro. Mas nem esta informação foi confirmada por qualquer das partes envolvidas, como a empresa, a redacção ou o próprio José Manuel Fernandes.
Fonte: Díario de Noticias