Por: Antonieta Dias (*)
A nossa vida é um compromisso
Caminhamos em termos sociais para um futuro cuja fragilidade de alguns valores passará a ser uma constante e por isso nunca é de mais insistir na manifestação da nossa convicção e continuar a lutar cada vez mais por uma sociedade justa e perfeita.
No plano saúde muito há ainda que reconstruir sobretudo mudar para tentar manter o equilíbrio da igualdade social e parar definitivamente com o que não se justifica, isto é a desigualdade, a injustiça e a perda da solidariedade.
Reformar a Nação implica realizar atos e ações que dignifiquem a Soberania e que incutam desde o nascimento a necessidade de manter a Vida, a Moral, a Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
Certo é que este trabalho é árduo, lento e tem de ser persistente.
Não é vergonha nenhuma ter consciência humana e uma moral de tranquilidade onde a Humanidade faz parte da nossa vida.
Importa ainda referir que em termos socias existem há duas propriedades, a de proprietário e a de trabalhador, podem em termos de deveres o cumprimento do patrão não pode ser diferente da do empregado apesar de este depender dele.
Esquecer o que recebemos dos nossos antepassados é omitir a história, fechar as portas à honra e à liberdade, esconder a obra, negar e resignar-se perante uma cultura que nos ajudará a reformar a sociedade em todas as questões que ela precisa.
Homens e mulheres liberais e honrados são os pilares de subsistência da Humanidade e os únicos que estão preparados para cumprir com rigor as determinações que a nossa missão implica.
Tratar os nossos pacientes de forma inteligente, generosa e preservando a sua individualidade e os seus direitos é um dever que o Médico nunca poderá esquecer na sua atividade profissional diária.
A razão e a consciência são os nossos juízes, fazem parte da nossa política de vida, da ciência e da arte de bem cuidar o próximo e de bem-fazer.
Temos que caminhar construindo o Templo da Virtude, da Verdade, da Justiça e Lealdade.
O respeito pelo Estado, pela Família e pela Vida sustentam com rigor os nossos desejos de perfeição e de ideal de Humanidade, “ama os outros como a ti mesmo”.
Dizer a Verdade, é praticar a Justiça e pensar com Retidão. “Não faças ao outro o que não pretendes que te façam a ti”.
Manter o culto dos bons costumes, fugir das contendas, evitar os insultos, amar os bons, lastimar os fracos, evitar os maus, são normas pessoais que nos ajudarão a manter o equilíbrio e a praticar a Virtude.
A reflexão, o conhecimento e o trabalho são essenciais para implementar a ciência, assegurar o cumprimento dos princípios éticos e do progresso social.
É mais importante que a nossa conduta seja reta, esclarecida e com bons princípios para que sejamos homens honestos que não lisonjeiam mas que se orgulham dos seus costumes, falando “sobriamente com os grandes, prudentemente com os nossos iguais, sinceramente com os nossos amigos, docemente com os pequenos e ternamente com os pobres. “
Se estivermos ao lado da Razão, procurando a Paz, a Serenidade que conseguimos aumentar a Felicidade, onde a arte de ser feliz se traduz pela arte de praticar o Bem.
(*) Douturada em medicina
O Ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Florestas, Luis Capoulas Santos, inaugurou hoje a 54ª Feira Nacional de Agricultura / 64ª Feira do Ribatejo, evento que decorre até dia 18 de junho no Centro Nacional de Exposições, em Santarém, e que tem como central “Os Cereais de Portugal”.
Durante mais de duas horas, o Ministro da Agricultura, visitou vários espaços, provou inúmeros produtos e cumprimentou os muitos visitantes que se deslocaram ao primeiro dia da maior e mais antiga feira do setor Agrícola.
No âmbito da visita, em declarações à Comunicação Social, o responsável pela pasta da Agricultura mostrou grande satisfação pela escolha dos “Cereais de Portugal” para tema do evento e disse que esta área também é uma prioridade para o Ministério. “Temos condições para olhar para nichos de mercado interessantes e de qualidade, além de delinear uma estratégia para o aumento da produção com as associações do sector”, afirmou.
O Ministro disse estar muito “optimista com a representação dos agentes económicos e com o ambiente de grande expectativa e confiança que encontrou na maior feira agrícola do país, que caracteriza bem o dinamismo e é o reflexo de um sector que está a crescer”.
O primeiro dia da Feira Nacional de Agricultura também contou com as presenças do Secretário de Estado da Agricultura e Alimentação, Luis Medeiros Vieira, do Secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, Amândio Torres, do Secretário de Estado Adjunto e do Comércio, Paulo Ferreira, e do Secretário Regional dos Açores, João Pontes.
O Secretário Geral da UGT, Carlos Silva , esteve também na Feira Nacional de Agricultura, e teve ocasião para contactar com os expositores e com o público que esteve presente em grande número.
Recorde-se que a feira contempla áreas de referência ao mundo rural e agrícola, com especial destaque para a zona de maquinaria agrícola, a mostra de agro-pecuária, artesanato e gastronomia, o mundo do espectáculo e da promoção dos valores tradicionais, com as típicas largadas de toiros, desfiles e provas de campinos, actividades equestres, música popular e tradicional.
A Feira Nacional de Agricultura (FNA) oferece inúmeros motivos para uma visita de lazer ou de negócio: para as famílias que procuram descontração e animação o evento pontua pela qualidade da gastronomia e do artesanato, pela oportunidade de contacto direto com animais e pelos variados espetáculos ao vivo, sendo também uma excelente local para os visitantes adquirirem produtos alimentares de todas as regiões do país.
Para os profissionais que pretendem estabelecer negócios e parcerias a Feira é o mais importante ponto de encontro do setor agrícola nacional, indispensável a quem pretende trocar experiências, debater problemas ou refletir sobre o futuro.
Amanhã, dia 11 de junho, a FNA 17 continua a marcar a agenda politica nacional com as visitas do Presidente do PSD, Pedro Passos Coelhos, e de Assunção Cristas, Presidente do CDS-PP.
No âmbito da pecuária, as provas equestres estarão uma vez mais em destaque com a realização de várias provas como o 7º Concurso Nacional da Égua Afilhada, o 24º Concurso de Coudelarias Portuguesas, o Concurso de Dressage Nacional ou a Apresentação do Cavalo de Sela.
Na área dedicada ao Salão Prazer de Provar realce para o Espaço de Cozinha com a ação “Prazer de Provar… Premiados”, iniciativa que vida dar a conhecer alguns dos melhores produtos medalhados nos vários Concursos Nacionais que decorreram no Centro Nacional de Exposições, em Santarém, de novembro de 2016 a maio de 2017.
Por: Florbela Gil
Vale a pena acreditar nas pessoas?
Florinda, senhora com sessenta anos, que viveu muitos anos na América, como qualquer emigrante, regressou a Portugal.
Por: Marina Maltez
SER OU NÃO SER?
“Não sei se estou a viver a vida como devia, a aproveitá-la da melhor forma.”
Caetana Figueiredo, 8 anos
São tantas as perguntas que nos fazem ao longo de um dia que por vezes nem damos conta, ou não damos resposta a todas porque algumas são quase retóricas. Felizmente, há momentos (pessoalmente considero-os raros) em que alguém nos coloca uma questão que nos faz parar, esquecer o ritmo alucinado do quotidiano, esquecer os mil e um problemas que nos deixam o espírito perturbado e o coração ansioso e nos despertam. São um toque profundo e incisivo da flauta da vida, como que a questionar: ainda estás vivo ou limitas-te a existir?
O cenário é bem simples, as personagens apenas duas. E nem foram precisas nem as pancadas de Molière nem o desejar de sorte tão típico do mundo do espectáculo para o pano subir e se fazer o teatro da vida.
“Marina, tenho uma dúvida….”. A resposta foi a que dou a todos os alunos em tom meio sério, meio a brincar “Isso é bom. Duvidar, questionar é sempre uma mais-valia”. Olhei apenas para ela de ar cheio de energia, olhos profundamente brilhantes que jorram todos os sonhos do mundo, sorria enquanto se balouçava na cadeira e preparava para expor o que lhe ia na alma: “Ando inquieta porque não sei se estou a aproveitar a vida como devia…”. A frase só por si já deixaria qualquer ser minimamente pensante (lamentavelmente, a maioria de nós está a perder a capacidade e vontade até de pensar) sem palavras ou à procura de uma resposta coerente e adequada. Mas tendo em conta que veio de uma criança de apenas 8 anos e cujo rosto revelava uma genuína preocupação com o que faz do seu Tempo e como avaliar o seu comportamento….então aí não há palavras. Ocorreu-me apenas Shakespeare. Ser ou não ser? Eis a questão. Mas expor a essência desta simples interrogação a alguém de tão tenra idade não me pareceu a melhor opção…mea culpa.
Sorri. Satisfeita. Por ela sobretudo. Pela criança diante de mim que quebra as regras da sociedade actual e ousa pensar. Questionar. Que não aceita uma simples “Porque sim”. Que quer ir sempre mais além, mais ao fundo das questões e perceber a génese das mesmas e que mesmo assim tem opinião própria. Pode ser contrária, pode ser utópica, mas tem e sabe defendê-la. E isso é tão raro hoje que me senti feliz por aquele pequeno mas promissor ponto de interrogação.
E sorri. Por mim. Porque é bom termos estas chamadas para a Vida.
Não tive resposta para a Caetana a não ser sorrir e dizer-lhe que a sua questão era absolutamente fantástica, mas creio que o laço de amizade que nos une permitiu o entendimento. No meu silêncio e no sorriso que o acompanhou, ela entendeu-me.
A verdade…bem, a verdade é que acredito que muitos de nós colocam essa questão. Mas talvez tardiamente, quando a cabeça já está esgotada dos mil problemas que nos sugam as energias por segundo, quando as emoções estão fragilizadas e em trapos depois de sucessivos enganos e desenganos, daqueles em que batemos não apenas com a cabeça, mas com o corpo todo e ficamos feitos em cacos que depois procuramos colar com idas a médicos, recurso a medicação, muito choro, noites perdidas e acima de tudo…muita Vida deixada por viver!
São anos de “Porque me acontece isto a mim?”, “Que mal fiz eu para merecer isto?”, “Só me acontecem estas coisas a mim.”. São toneladas de pensamentos negativos e tóxicos que nos comprometem o discernimento e entramos num ciclo vicioso de depressão, frustração, de procura por algo que nem sabemos o que é, mas que nos faz falta. Pelo menos, pensamos que sim. Perdemos tardes de sol trancados em casa apenas a sofrer por alguma coisa cuja solução não é certamente baseada numa mistura de lágrimas, lenços de papel e alguns calmantes que apenas anestesiam a dor, acalmam o sintoma mas permitem que a doença alastre, pela alma e pelo corpo…
E um dia… quando o combóio da Vida já passou por bonitas estações e agradáveis apeadeiros sem darmos conta eis-nos diante de uma questão aterradora: “Que fiz eu da minha vida?”.
Acendem-se todos os alarmes porque desperdiçámos tanto que agora pensamos logo que não queremos perder mais nada. Legítimo. Mas melhor que emendar é mesmo prevenir…
Por isso… se a questão me fosse colocada hoje… eu continuaria sem ter palavras suficientes para responder à Caetana. Felizmente nas nossas vidas há Seres fantásticos, daqueles que a morte não leva e cuja obra permanece e se fortalece com a passagem do Tempo. Um desses Seres tinha por nome António Feio. E deixou-nos das mais belas lições de Vida: “Nunca deixem nada por dizer. Nunca deixem nada por fazer.”.
P.S.: O final do texto deixo a cada um dos leitores, para que possa olhar para dentro de si e pensar como quer que comece a ser a sua história…
Por: Ana Fonseca da Luz
Nada te levará de mim
Sobre a lareira de pedra cansada, repousas tu, dentro de uma pequena urna.
Eu sei, eu sei que prometi que te deitaria aos pés da velha árvore frondosa que temos mesmo em frente à nossa casa, mas a verdade é que não consegui deixar-te lá.
Ainda não, talvez amanhã, ou depois.
Talvez nunca...
Olho a caixa de madeira onde agora repousas, e dói-me o facto de teres morrido e eu não ter conseguido amar-te como merecias, de não ter compreendido esse amor tão grande que me tinhas, de não ter sido a melhor companheira, a melhor amante, a metade que te faltava.
Só agora, que te perdi para sempre, percebi que amaste sozinho, que eu me limitei a estar ali, porque sim, porque era preciso, porque me esqueci de sonhar, porque resolvi viver anestesiada e deixar a vida escorregar lentamente, enquanto me apagava indiferente ao dia e à estação do ano.
Os meus olhos ficam agora colados ao teu sorriso que está prisioneiro numa velha moldura de prata. Na fotografia estamos os dois de mãos dadas. Tu cheio de sonhos, eu inquieta, sempre inquieta, representado o meu papel o melhor que podia.
Tu tão feliz, eu tão incompleta...
Mas, é nesse momento, que desço ao mais profundo de mim e me apercebo o quanto te amei sem saber, o quanto me fazes falta, o quanto eu daria para te dizer o que tantas vezes me suplicaste que eu te dissesse e que eu calei.
Gosto-te para além do que é possível.
Desmorono, choro e, finalmente, depois de te confessar o quanto te gosto, deixo o que resta do que um dia foste, aos pés da velha árvore, e o vento, como que enraivecido pelo facto de teres morrido, sopra mais forte e eleva-te até aos céus.
Eu, eu fico ali, a ver-te partir, como se fosse possível, agora que compreendi o quanto sempre te quis, alguém ou alguma coisa arrancar-te de mim...
Por: Ana Graciosa
A seu tempo…
Infelizmente há coisas que não nos cabe a nós resolver, por mais que queiramos, nem sempre há resposta imediata ou a curto prazo. Existem "coisas" que só o tempo, e a seu tempo, provavelmente, se resolverão e para que isso aconteça, basta acreditar.
Nada fica sem resposta ou sem que se entenda o "porquê" de quaisquer coisas, menos claras ou subjectivas, pelo menos é essa a esperança. Talvez até, só chegue numa altura em que menos se espera, mas que, será certamente a altura certa, quando a esperança já quase findou e chegará sem se fazer anunciar...
Faça-se dos obstáculos, degraus de ascensão, para o que se anseia ou se deseja alcançar...
Presentemente, a fasquia está alta, mesmo muito alta... quase nada satisfaz ou cativa. Alguém que consiga fazer rir ou sorrir com vontade, aquele rir que faz doer os músculos da barriga, aquele rir descontrolado por nos ser transmitido de forma simples e agradável...
Alguém que faça sentir algo verdadeiro, que apaixone ao ponto de "queimar", mas continuamos no banal, no “sem graça", naquele "tanto-me-faz"...
Alguém que na presença e na ausência, deixe a sua essência, transmita confiança, acalmia, segurança, sossego, mas ao mesmo tempo desassossegue completamente... que sinta falta ou saudades, ao longo do dia e, que o diga.
Alguém que nos deixasse ser e transparecer, o que somos na realidade...
Mas… Enquanto tivermos forças para "levitar", pode ser que tudo se aguente sem cairmos e minimize a pasmaceira do ser e não ser, do não ter e querer ... onde a solidão sirva de companhia e haja sempre a coragem de continuarmos a sentirmo-nos "plenos de tudo".