Por: Florbela Gil
Na minha profissão, além de ensinar, também vou aprendendo, com o que vou escutando, e conversando, com os jovens de hoje.
Por: Ana Graciosa
Peixinho do meu Mar!
Amar-te-ei em todas as estações do ano,
Hoje… amanhã… depois… eternamente e… mais um dia.
Espero o dia que queiras voltar a viver…
E não precisem mais de ti,
Porque eu preciso e quero-te muito…
Espero o dia em que as saudades já quase te consumiram e não aguentes mais… sem mim!
Escrevo-te e narro-te por palavras,
Já não te vejo como desejava,
Já não te oiço e não sinto o teu almejar,
E… Tem dias que já nada faz sentido…
Não me dói pela ausência ou pelo silêncio, mas sim por não lutares por ti.
Sei que és e serias incapaz de me magoar, mas… antes queria essa dor, que a dor que tenho, por te ver a sofrer e quase a desistires de ti…
Dói tanto! Tantoooo… mas tantoooo!
Não sei se por ti… Se por mim… Se por nós…
O vento sopra forte, sem que me consiga desalinhar um único cabelo,
O sol brilha e queima, mas é o frio que me domina,
Dizem que o céu está azul, mas é só cinza que eu vejo,
Que tonta fui!!!
Cedi a um coração que começou a bater de novo…
Cedi a caprichos de quem quer, mas não tem coragem de lutar e nem sabe como há-de fazer…
Cedi a velhos fantasmas que não queria voltar a encontrar…
Porquê?
Porque acreditei…
Porque voltei a confiar nas pessoas… em ti!
Porque quando te despias de ti e vestias a pele de menino,
Esquecias todas as tormentas e conseguias ser feliz naqueles momentos…
Vestias uma pele corajosa e determinada, que por ínfimos momentos, te deixava ser tu mesmo,
Onde os teus olhos sorriam e o teu corpo reagia naturalmente,
Como se tivesses descoberto o pais das maravilhas
Por: Marina Maltez
AMIZADE
“Acho que a base de uma relação é o respeito e a amizade. Porque a gente tem que se sentir bem para dizer para o outro o que sente, o que espera, o que deseja. Tem que ser amigo, parceiro, cúmplice.”
Clarisse Corrêa
Procurar unir os conceitos de respeito e amizade parece banal, tarefa simples até. Mas a verdade é que talvez estejamos num momento histórico da humanidade em que os conceitos outrora cúmplices, são agora díspares, antagónicos.
Vejamos: consideramos o respeito como algo que nos é devido. Um direito que temos: o de ser respeitados até quando nada fazemos para merecer esse respeito. Exemplo corriqueiro: entrar numa pastelaria e pedir um café sem a mínima simpatia, sem um “por favor”, sem sequer olhar para a cara daquela pessoa que nos tira o desejado café e claro já se inibe mesmo porque comportamento gera comportamento. O inverso também acontece, se entrarmos num espaço e nos questionem de forma arrogante “O que é que quer?” lá está, deixamos de querer seja o que for, a não ser sair daquele buraco de mau humor.
Já a amizade mudou de estatuto. Agora há os conhecidos: aquelas pessoas que conhecemos, que sabemos que são louras ou morenas, baixas ou altas, magras ou gordas e depois existem os amigos, mais os seguidores de uma qualquer rede virtual. Esses sim são amigos. Pessoas com fotos trabalhadas até à exaustão, que perdem horas a publicar o que comem, vestem, bebem, onde vão, frases poéticas tiradas de um qualquer site de auto-ajuda e que colocam like em tudo quanto é postado. Ser amigo parece já não se aplicar às pessoas que fazem parte de um núcleo próximo, mas sim a dezenas de comunidades, grupos, amigos de um qualquer electrodoméstico ou de trocas e vendas. Esses sim são amigos. Até porque nos dizem que sim a tudo, mesmo que o seu pensamento seja contrário, já que estão atrás de um ecrã e não têm efectivamente que lidar com o nosso temperamento.
E nós portugueses (e falo apenas do meu povo pois foi nesta nação que nasci) somos mestres na arte de fazer e desfazer amizades. Num ápice alguém vai de besta a bestial a vice-versa. Exemplo? Dou dois só para reforçar. O ano passado o nosso seleccionador era severamente criticado e a nossa selecção era fortemente convidada a vir para casa. Mas o milagre fez-se e Fernando Santos voltou no dia que sempre prometera e como campeão. Não muito depois este país volta a fazer história ao ganhar o Festival da eurovisão pela primeira vez. Foi um azar. O rapaz tinha tiques estranhos, vestia-se mal, tinha um cabelo pavoroso, tinha uma canção de embalar, uma besta nos milhares de comentários que findaram com a vitória esmagadora do bestial que afinal tinha voz de anjo e elevou-a bem alto! Os inimigos públicos de ambos os casos calaram-se e alguns até se tornaram fãs. A amizade é assim: linha ténue que quebra mas depois dá-se um nó e faz de conta que está tudo bem….mas se partirmos uma jarra…mesmo colada ela será sempre e apenas uma jarra partida e colada.
Sou apaixonada pelos autores clássicos, até porque no seu tempo não iam nem em modas nem ao sabor do vento como agora. Tinham palavra. Cícero resumia tudo de forma ímpar: “A amizade começa onde termina ou quando conclui o interesse”.
E tantos séculos depois, na maioria dos casos é isso mesmo que acontece.
Tenho poucos amigos, assumo, está nos genes. Amigo é alguém que não nos diz o que queremos ouvir, mas o que precisamos ouvir. Amigo não é aquele que manda SMS para saber se está tudo bem, aparece e olha-nos nos olhos, estende-nos os braços, dá-nos colo. Não olha apenas para o seu próprio umbigo e suga-nos a energia, a paciência numa avalanche de exigências em que acabamos por ser marionetas, incapazes de dizer um basta. Um não.
Não. Os amigos não são aqueles que temos que levar ao colo, ou às costas sob pena de sacrifício pessoal, para que não fiquem magoados ou aborrecidos. Não. A amizade é uma relação e como tal implica respeito, tolerância, saber os limites do EU e do NÓS. E para se ser amigo não basta pedir, exigir, dar-se migalhas aqui e facadas acolá… não basta mandar corações e flores no face e destilar veneno numa mesa de café…para se ser amigo há que ser cúmplice. E isso….bem… quando eu descobrir a receita terei gosto de a partilhar!
Por: Antonieta Dias (*)
Reflexões básicas no desempenho desportivo
Por vezes temos necessidade de desmistificar alguns conceitos que são explorados por situações de conveniência e /ou tentativa de incentivar práticas prejudicais à saúde desvirtuando a ciência medica.
Mas nem sempre os interesses estão focalizadas nos benefícios e por vezes incorre-se em comportamentos que funcionam mais em maleficio do que em bem estar.
Todavia, as regras impostas pelos interesses económicos não devem em circunstância alguma adulterar o que a evidência comprova.
Quando falamos na importância da prática desportiva deduz-se que será uma atividade para produzir bem-estar e melhorar a saúde individual, sem prejuízo da motivação para determinada modalidade desportiva.
Sendo um desejo de muitos, nem todos conseguem ter aptidão para o fazer quer se trate de atletas de alta competição ou de uma pratica regular de atividade de lazer.
Apesar de ter surgido um aumento significativo de desportistas na população em geral, os estudos demonstram que no Sul da Europa cerca de 50% das pessoas não praticam qualquer atividade física de forma regular.
Nestes países nos quais se inclui Portugal, Bulgária, Grécia, Itália e Roménia ainda estão muito aquém do esperado.
Constata-se a existência de uma sensibilidade maior nos países desenvolvidos que despertaram mais cedo para a necessidade de manter estilos de vida saudáveis, sendo o exercício físico um excelente contributo para a manutenção e promoção da saúde.
Por exemplo na Suécia e Finlândia a percentagem de praticantes desportivos ronda os 85-95 por cento e nos Estados Unidos em 42 dos 51 estados 65 por cento da população não pratica qualquer modalidade desportiva.
Existe evidência científica que demonstra a valorização da manutenção de uma atividade física regular no beneficio direto na saúde, sendo por isso uma prioridade o investimento na cultura de uma pratica acessível a quase todos um dos maiores incentivos a desenvolver em todos os paises.
Constata-se a existência de um melhor desempenho no rendimento escolar dos jovens atletas que modelam e dividem as suas atividades diárias entre estes duas obrigações ocupando de forma saudável os seus tempos livres sem prejudicar os estudos.
O impacto positivo destas competências irá gerar uma gestão mais competitiva dos jovens nas futuras atividades profissionais, permitindo-lhes uma melhor distribuição dos seus atos de vida.
É de todo o interesse que se procurem soluções adaptáveis ao seculo XXI, com o investimento em politicas que adotem medidas e promovam incentivos para que se organizem programas de exercício físico que sejam viáveis e possam ser alargadas à população em geral.
A organização de empreendimentos inovadores e globais representam uma mais-valia e uma diminuição dos gastos em saúde.
Em suma, ter uma população saudável representa uma das maiores lideranças económicas de equipas multidisciplinares, cuja representação deve incluir os decisores políticos que se interessam e preocupam com o potencial económico dos Países, com o rendimento global e satisfação pessoal e com o desenvolvimento da Nação.
(*) Prof. Doutora na Faculdade de Medicina do Porto
Por: Ana Fonseca da Luz
Olhos de saudade
Não sei escrever o teu nome...
É como se uma borracha mágica tivesse passado pela minha vida e te tivesse apagado doce, mas dolorosamente.
Como se fizesses parte de um tempo, em que as coisas mais simples eram as mais belas e as que mais facilmente guardamos nessa caixinha, inconstante, que se chama, coração.
Mas se eram fáceis de guardar, não sei porque me esqueci delas...
Das letras que tão delicadamente escrevem o teu nome.
Talvez fosse porque assim o quiseste, talvez porque preferiste ser, eterno enigma, coisa indecifrável, que se quer com todas as nossas forças.
Vi-te passar, à minha porta, de olhos cautelosos de um castanho selvagem e fingi não te ver...
Como poderia eu dizer-te o que do meu coração transbordava, se já não sei escrever o teu nome?
Mesmo assim, sorriste-me e mandaste-me um beijo com a ponta dos dedos esguios e delicados.
Eu, pobre mortal, na ânsia de te responder e por não conseguir achar as letras que formam o teu nome, apanhei o beijo no ar e guardei-o, aconchegadinho, dentro do coração.
Mais tarde, quando te amei, num leito de flores que era só nosso, entre um beijo e um suspiro, pronunciei o teu nome, que era também meu e chamei-nos,
saudade...