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Acasos.... Não!
Por: Ana Graciosa
Acasos.... Não!
Continuo a achar que não te cruzaste na minha vida só por acaso, sem que haja uma razão para que tenha acontecido…. Acredito que não existem coincidências e que tudo acontece por alguma uma razão.
Gosto da sensação de sentir que esta paixão não é daqui, que já vem há muito lá de trás,
que as nossas memórias e almas se recordam uma da outra,
Que há quem passe nas nossas vidas e não deixa marca, mas há quem as deixe bem marcadas e bastante profundas e,
passe o tempo que passar, tornam-se parte indivisa de nós…
Sei que o que sinto, não se toca por fora e não se vê quando a pele se toca,
O que sinto… revira-me o interior, esfarrapa-me as entranhas e sei que não estou louca almejando por ti…
Gosto de antecipação, tipo de abrir a porta e apareceres logo à minha frente,
Que faço os maiores disparates por quem me é importante,
Que quando sinto que me merecem, as minhas guardas desaparecem…
Quando se gosta não se esquece, não há falta de tempo, não há cansaço e muito menos falta de vontade…
Perfeito é o teu abraço em mim!
Por: Florbela Gil
É disso que vos vou falar, ser mãe de outros filhos, além dos seus, amá-los, como se fossem os seus.
Acreditem que não é tarefa fácil.
Mas mesmo assim, é ainda realidade destes tempos. E é, de louvar, quem tem essa capacidade de o fazer...
Com 24 anos, a Maria ( nome fictício). Tem tido uma tarefa árdua. Era uma rapariga solteira, conheceu um rapaz divorciado com dois filhos (um casal). Maria juntou-se a ele, e com isso, ficou mais "rica".
A mãe verdadeira dos meninos, pouco ou nada quer saber deles, sendo um pouco desnorteada com algumas drogas, eles ficaram com o pai, ela, raramente os visita, pior, eles perguntam por ela, e Maria, tem feito o que pode.
Maria, entretanto, também engravidou, teve uma menina, agora são três crianças, uma casa cheia.
Mãe extremosa, adora os três, mas tem pouca ajuda da família. Sua mãe ajuda no que pode, mas também ainda tem filhos menores, irmãos de Maria. Sua sogra, ajuda pouco, e reclama muito, porque, não tem a obrigação de cuidar dos netos, que lhe dão muito trabalho, e comem muito.
Maria trabalha no campo, todos dias se levanta às 5.30h da manhã, tenta deixar tudo pronto em casa, para o marido, antes de ir para o trabalho, dar pequeno almoço aos miúdos, a roupa para vestirem, as mochilas prontas, a mais pequenina, vai para a ama, os outros para a escola.
Com um boné na cabeça, umas calças velhas, uma camisa de homem o farnel feito, lá vai ela á luta do ganha pão.
Tão novinha, e já com tanta responsabilidade.
Chega cansada, tudo em casa, espera por ela, para fazer jantar, para os banhos, enfim sem pachorra, para ouvir chorar, birras, brigas de irmãos.
Sim, os filhos do coração, brigam muito, crianças sofridas, que tiveram pouco apoio, viveram em casa com um ambiente perturbador. O que as afetou muito. Precisam de apoio psicológico, são seguidas na escola, Maria, as leva às consultas do psicólogo, as leva ao dentista. Mais,... não pode fazer.
Quando um irmão diz ao outro, agarrando numa faca e, diz que mata a irmã,... só por isso se vê, o que estas crianças não passaram.
Por mais que Maria tente dar educação aos miúdos, dar valores, não tem sido fácil, porque, as crianças muita vez, não aceitam, pelo facto de ela não ser a mãe verdadeira. O pai quando intervém, é para bater a valer, e por quem elas gritam? Pois, pela Maria, que prontamente intervém em seu auxílio, não deixando o marido, bater mais.
Mas ela luta, tenta, tem pena deles, porque, se não fosse ela, eles estavam entregues às instituições, e se calhar, separados.
Às vezes a paciência esgota-se, mas com garra, ela luta, chora, acha que não vai conseguir endireitar os filhos duma mãe que não soube ser mãe.
Mãe, é quem cria, mãe, é quem sofre pelos seus filhos, e pelos que não são.
Há grandes mães, grandes mulheres, e homens também.
Sim, porque também há pais, em que o papel se inverte. Para eles também vai a minha homenagem.
O meu obrigado a todos os pais, que tiveram a coragem de serem pais, de filhos de outros, ... que nunca o deviam ter sido.
Por: Ana Fonseca da Luz
Os homens também amam
Tu sabes, melhor do que ninguém, que o mar sempre foi nosso confidente e que guardou, sempre, os nossos segredos.
É por isso que hoje estou aqui, frente ao mar, sentado na velha rocha, que tantas vezes nos serviu de cama, que tantas vezes nos viu renascer no abraço apertado e no beijo que o mar salgava.
Éramos meninos…
Agora somos gente grande, com alma de criança. É por isso que continuamos apaixonados, porque não deixámos o coração crescer…
O ar cheira a maresia, como nos velhos tempos.
Começo a ficar inquieto!
Será que não vens?
Será que já não sou o teu livro, o teu mar. a tua pele, a tua história de encantar?
Ao longe, cortando a linha do horizonte, um barco passa, num navegar solitário, como se procurasse algo ou alguém.
Deixo os meus olhos percorrerem o seu navegar, porque estou cansado de olhar para o caminho que te deveria trazer até mim.
Provavelmente, não vens.
E eu aqui com as palavras em sobressalto a morrerem-me na boca que aguarda o teu beijo.
Hoje não vens!
E ontem também não vieste…
Nem no ano passado, nem no outro…
Que pena!
Apenas te queria dizer, tendo o mar como minha testemunha, que os homens também amam. Os homens também sabem amar para toda a vida…
Deixo-te escrito na areia, mais uma vez, o quanto te amo.
Talvez venhas depois de eu ter partido, e nenhuma onda ainda tenha apagado a minha mensagem:
AMO-TE