Ao contrário do resto do País, no distrito de Lisboa diminuiu, este ano, em quase metade a área ardida, para cerca de 600 hectares. As conclusões constam de um estudo pedido pelo governador civil de Lisboa, Jorge Andrew, ao qual o DN teve acesso.
As melhorias devem-se sobretudo à introdução de tecnologia que permite "ter instrumentos de apoio à decisão". A introdução de novas ferramentas informáticas também tem melhorado a decisão dos operacionais.
No distrito de Lisboa, a novidade no combate aos fogos assentou num sistema de videovigilância, monitorizado no Comando Distrital de Operações de Socorro de Lisboa. "As câmaras têm um raio de acção de cerca de 30 km, mas são mais que videovigilância, são um instrumento de apoio à decisão", conta o comandante distrital.
"Conseguimos a localização, a verificação do fogo e as condições em que está a evoluir", descreve Elísio Oliveira.
Com base nessa avaliação "é despachado o meio que está mais próximo, independentemente do organismo a que pertence, para rentabilizarmos os recursos disponíveis", adianta o comandante.
Uma intervenção que fez reduzir a área ardida em 43,3% confirmada pelos números da Autoridade Florestal Nacional. Isto apesar de o número de ocorrências ter diminuído apenas 6,2%, e de ter ocorrido um grande incêndio em Belas. Há um ano tinham ardido 1058 hectares no Distrito.
Uma eficácia que Elísio Oliveira justifica com "a boa articulação entre os diversos agentes que intervêm na defesa da floresta contra incêndios". A juntar a isto o distrito "aumentou o número de patrulhas de vigilância, permitindo uma intervenção mais rápida e eficaz na detecção precoce do foco de incêndio", conclui.
No País, há mais dois exemplos de casos em que tecnologia como a videovigilância e de monitorização das ocorrências (Mação) ou o reforço das patrulhas no terreno (Mortágua) têm dado bons resultados. Duas práticas usadas no distrito da capital.
Em Mação, distrito de Santa-rém, a tecnologia utilizada chama--se MacFire, um programa que junta a cartografia militar, cartas de risco de incêndio e fotos aéreas rectificadas no solo através da sobreposição dos mapas, que permite visualizá-los todos ao mesmo tempo, agregados a tec- nologia GPS. Em Mortágua, dis- trito de Viseu, os incêndios são raros. E a aposta centrou-se na in- tervenção precoce, com motos todo-o-terreno equipadas com kits de combate aos fogos.
fonte: http://dn.sapo.pt/