Por: Antonieta Dias (*)
Vacinas evitaram pelo menos 10 milhões de mortes entre 2010 e 2015
As vacinas (vírus ou bactérias inativadas) são preparadas a partir de microrganismos mortos como por exemplo, a vacina da poliomielite ou a da gripe, outras são compostas de organismos vivos atenuados (sarampo, varíola e rubéola), e algumas são sintetizadas em laboratório
As vacinas quando ministradas às pessoas criam as defesas (imunidade) necessárias para combaterem as doenças.
Em 1878 o médico inglês Edward Jenner descobriu a primeira vacina contra a varíola. Este cientista constatou que quando o agente responsável pela varíola bovina penetrava no organismo humano estimulava o sistema imunológico e criava as defesas para o combate à doença.
Daí que o nome “vacina” teve origem no termo do latim “vaccinae”.
Mais tarde Pasteur em 1885 descobre a vacina contra a raiva.
Outras vacinas são descobertas, a poliomielite, a febre-amarela, a cólera, a gripe, a hepatite, a tuberculose, o sarampo, a coqueluche, difteria e rubéola (vacina tríplice).
Começaram a partida daí as Campanhas de combate às doenças infecto-contagiosas sendo uma das grandes preocupações dos Ministério da Saúde promover a cobertura a 100% do plano nacional de vacinação a todas as pessoas, a fim de evitar o aparecimento das doenças que podiam ser prevenidas através da aplicação das vacinas e foi através destas medidas que se conseguiram erradicar estas doenças.
As vacinas são o meio mais eficaz para o combate às doenças infecto-contagiosas, são de fácil acesso e económicas.
Protegem contra as doenças através da estimulação do sistema imunológico, aumentado os recursos de defesa através da produção de anticorpos específicos que impedem que os microrganismos se desenvolvam e causem doenças.
Vacinar representa um dos maiores investimentos no sucesso da medicina,
Os programas preventivos, designadamente a vacinação, representa uma das prioridades mais mediáticas dos países que pretendem ter um desenvolvimento económico e que desejam ser bem-sucedidos.
O investimento na vacinação é o meio mais económico e eficaz para combater as doenças infecto-contagiosas, podendo ser considerado como um elemento fulcral na economia na saúde, dado que consegue diminuir o risco, salvar vidas e evitar a morte.
O plano nacional de vacinação (PNV) tem sido ao longo dos anos o pilar de sustentabilidade económica, no setor da saúde.
Prevenir fica mais barato que tratar, pelo que o acesso às vacinas constitui uma prioridade nacional e internacional.
Com base nos dados fornecidos em Abril de 2017 pela Organização Mundial de Saúde (OMS) entre 2010 e 2015, as vacinas evitaram pelo menos 10 milhões de mortes.
Importa ainda referir que muitos milhões de vidas foram protegidas do sofrimento e incapacidade associados ao sarampo, poliomielite tosse convulsa, pneumonia, diarreia, febre-amarela.
A poliomielite está praticamente erradicada em todo o mundo.
Todavia, existem ainda alguns casos em três países (Afeganistão, Nigéria e Paquistão), estando a ser criadas medidas agressivas para conseguir eliminar definitivamente esta doença.
Um dos objetivos de apoio e investimento económico do combate mundial à poliomielite tem sido desenvolvido pelo Rotary Internacional com milhões de dólares gastos neste projeto.
Em 2005, a Organização Mundial de Saúde (OMS), estabeleceu como meta a irradicação do sarampo (doença altamente contagiosa, provocada por um vírus da família Paramyxovirae) e da rubéola até 2010.
Portugal aderiu de imediato a esta iniciativa, implementando medidas assertivas para o combate a estas doenças, tornando-as obrigatórias com o objetivo e a prioridade de cumprir o Plano Nacional de Vacinação e de obter uma cobertura de 100% na população.
O fato de ter havido um enorme investimento e promoção mundial de combate a estas doenças, prevenindo-as através das vacinas disponíveis, melhorando o acesso e criando os meios necessários para que existisse uma grande adesão em todo o mundo nem sempre isso aconteceu.
De acordo com as orientações da OMS, a vacinação é um dos meios mais baratos e eficazes de prevenir as doenças infeto contagiosas graves, sendo um consenso mundial.
Se esmorecermos podemos não conseguir manter a eficácia deste grande objetivo.
(*) Doutorada em medicina