VETO TEATRO OFICINA
CÍRCULO CULTURAL SCALABITANO
Estreia dias 9 e 10 de Março
Sempre às 21.30h
No Círculo Cultural Scalabitano
Reservas 243 321 150
O espectáculo continuará em cena sempre às 6.as feiras às 21.30h
No Círculo Cultural Scalabitano
Sinopse
Em NÃO SE GANHA, NÃO SE PAGA, a sátira nasce da tragédia: no centro da história está a desgraça, familiar e social, do desemprego, e a reacção violenta aos duros factos da humilde vida quotidiana de seres correctos e respeitadores das normas. Ela, Antónia está desempregada há alguns meses; ele, João, é operário numa fábrica ameaçada pela iminência da deslocalização. A situação está a tornar-se insuportável quando Antónia assiste e acaba por participar no roubo, levado a cabo por donas de casa como ela, de um supermercado. O produto do roubo tem de ser escondido do marido que - prefere morrer de fome a fazer alguma coisa contra a lei - e claro, da polícia, dando origem a um jogo de enganos de grande comicidade.
A crise é o pano de fundo. O desemprego uma ameaça que paira sobre todos os personagens, simples operários, completamente dependentes das vontades e dos interesses das grandes multinacionais que facilmente deslocalizam empresas sempre em busca do lucro mais fácil, completamente insensíveis aos milhares de dramas humanos e sociais que pelo caminho vão semeando.
A comédia faz pensar. Faz rir e rindo, rimos de nós próprios, dos nossos problemas e das nossas fraquezas, como forma de nos reposicionarmos no mundo, num tempo de desagregação social e de desespero. É um brincar, como forma de sublimar as frustrações de um dia a dia cada vez mais negro e difícil.
A peça
Um olhar mordaz e irónico sobre os problemas de uma sociedade na qual os menos favorecidos são os mais penalizados.
A crueza da realidade é demonstrada pelo jogo do absurdo e da comicidade. Uma peça que nos ajuda a reflectir sobre a actualidade que vivemos.
Dá que pensar que uma comédia “de intervenção” escrita há trinta e oito anos, permaneça actual e pertinente.
O autor
Dario Fo, nascido em Sangiano - Itália (24.03.1926) é dramaturgo, actor, encenador, com vastíssima obra publicada e representada em todo o mundo. Embora formado em arquitectura desde jovem ligou-se ao teatro, nunca mais o deixando. Prémio Nobel da Literatura em 1997.
O texto que se apresenta resulta de uma adaptação de José Ramos, umm dos elementos do grupo que também assina a encenação.
Sempre actual
Eça de Queirós escreveu em 1872
“Nós estamos num estado comparável apenas à Grécia: a mesma pobreza, a mesma indignidade política, a mesma trapalhada económica, a mesma baixeza de carácter, a mesma decadência de espírito. Nos livros estrangeiros, nas revistas quando se fala num país caótico e que pela sua decadência progressiva, poderá vir a ser riscado do mapa da Europa, citam-se em paralelo, a Grécia e Portugal.”
(in As Farpas)
Interpretação
Antónia (desempregada) - ANA GARGATÉ
Margarida (operária precária) - ANGELINA MADEIRA
João (operário, sindicalista e marido de Antónia) - PEDRO MOTA MARCOS
Luís (operário, “extremista” e marido de Margarida) - ELISEU RAIMUNDO
Chefe de Polícia - FRANCISCO SELQUEIRA
Sargento da Guarda - NUNO DOMINGOS
Cangalheiro, Pai de João - ANTÓNIO JÚLIO SANTOS
Polícia e Operário - MÁRIO MARCOS
Ficha técnica
Encenação JOSÉ RAMOS
Design gráfico e multimédia PEDRO MOTA MARCOS
Desenho de luz FRANCISCO CERCAS
Desenho de som NUNO SALVADOR
Fotografia SÃO MARECOS
Contra regra LUÍS COELHO
Produção VETO TEATRO OFICINA - Círculo Cultural Scalabitano, 2012