Deliberações e outros assuntos que passaram pela reunião privada da Câmara Municipal no dia 26 /04/2010 TRANSPORTE EM AMBULÂNCIA PARA O SAP: O executivo camarário tomou conhecimento da informação emitida pela Unidade de Cuidados de Saúde de Benavente que foi afixada no SAP e distribuída aos Médicos e Administrativos. “AVISO” Transporte em Ambulância para o SAP Só haverá direito ao pagamento de transporte em ambulância, de utentes que vierem ao SAP, mediante justificação clínica de situação urgente pelo médico do SAP.” INVESTIMENTO NO ABASTECIMENTO DE ÁGUA EM BENAVENTE E SAMORA CORREIA: O executivo camarário tomou conhecimento da informação emitida pela empresa Intermunicipal “Águas do Ribatejo”, que a seguir transcrevemos: “As Águas do Ribatejo adjudicaram a empreitada de Execução do Subsistema de Abastecimento de Água de Benavente/Vale Tripeiro/Samora Correia à Sociedade Oliveiras SA, pelo valor de 4.376.935,65 Euros + IVA. A obra deverá iniciar-se em Maio e tem um prazo de execução de 210 dias, prevendo-se a sua conclusão no primeiro trimestre de 2011. Por considerarem uma informação de interesse público ansiada por cerca de 25 mil pessoas que vivem e trabalham no município de Benavente, apelam à divulgação da nota de imprensa e colocam os seus serviços à disposição para qualquer esclarecimento adicional”. HOMENAGEM A CT1DT MÁRIO PORTUGAL LEÇA FARIA – PEDIDO DE APOIO (Associação de Radioamadores do Ribatejo) – DIA 6 DE JUNHO: O executivo camarário deliberou, por unanimidade, prestar o apoio logístico solicitado pela Associação de Radioamadores do Ribatejo para a realização da homenagem a CT1DT Mário Portugal. Assim, serão cedidas as instalações do Cine-Teatro na data e para a finalidade pretendida. Mais foi deliberado, igualmente por unanimidade, que a Câmara Municipal se associe à homenagem a Mário Portugal, enquanto membro da Comissão Municipal de Protecção Civil, através da atribuição de uma medalha municipal, devendo o processo em causa ser acompanhado pelo Vereador Miguel Cardia, em colaboração com os serviços. Outras informações em: www.ct1arr.org PROTOCOLO DE PARCERIA NO ÂMBITO DE UMA PROPOSTA PARA A CRIAÇÃO DE UM CENTRO DE APOIO FAMILIAR E ACOMPANHAMENTO PARENTAL (CAFAP): O executivo camarário deliberado por unanimidade aprovar a minuta do supracitado protocolo e autorizar o Presidente da Câmara Municipal a outorgar no mesmo. A Associação PAR – Respostas Sociais intervém, no concelho de Benavente, ao nível da prevenção primária das toxicodependências, através do Projecto “Liga-te”. O seu público-alvo é os alunos da Escola EB 2,3 João Fernandes Pratas e os alunos de CEF da Escola Secundária de Benavente. Este projecto surge do diagnóstico de necessidades elaborado entre a Rede Social do concelho de Benavente e o Centro de Respostas Integradas do Ribatejo. Tendo em vista a apresentação duma proposta de Acordo de Cooperação ao Centro Distrital da Segurança Social de Santarém para a criação, no concelho de Benavente, dum Centro de Apoio Familiar e Acompanhamento Parental… PROTOCOLO DE PARCERIA (…) CLÁUSULA PRIMEIRA (Objecto) O presente protocolo define as formas de colaboração entre a PAR e a C.M. de Benavente, tendo em vista a intenção de apresentação de uma Proposta/Projecto de Acordo de Cooperação ao Centro Distrital da Segurança Social de Santarém de um Centro de Apoio Familiar e Aconselhamento Parental (CAFAP), Resposta Social, vocacionada para o estudo e prevenção de situações de risco social e para o apoio a crianças e jovens em situação de perigo e suas famílias, concretizado na sua comunidade, através de equipas multidisciplinares. (…) REDE SOCIAL/PROJECTO DE INTERVENÇÃO PRECOCE: PROTOCOLO ENTRE O MUNICIPIO DE BENAVENTE E O CENTRO DE RECUPERAÇÃO INFANTIL DE BENAVENTE: O executivo camarário deliberou, por unanimidade, aprovar a minuta do supracitado protocolo e autorizar o Presidente a outorgar no mesmo. PROTOCOLO ENTRE O MUNICÍPIO DE BENAVENTE E O CENTRO DE RECUPERAÇÃO INFANTIL DE BENAVENTE, PARA APOIO A CRIANÇAS DOS 0 AOS 6 ANOS DE IDADE, NO ÂMBITO DA TERAPIA DA FALA: (…) O apoio às crianças que integram o Projecto de Intervenção Precoce será prestado por um terapeuta da fala, cuja área de intervenção incidirá sobre os seguintes aspectos: - Diagnóstico e intervenção ao nível das perturbações da linguagem, fala, voz e comunicação, nomeadamente: perturbação articulatória, gaguez, disfonia, etc. Cláusula II (Destinatários) Serão abrangidas pelo presente Protocolo as crianças até aos 6 anos de idade, especialmente dos 0 aos 3 anos de idade, com deficiência ou em risco de atraso grave de desenvolvimento global ou específico. Cláusula III (Contratação) O presente Protocolo destina-se à contratação de um técnico a tempo inteiro, 50% para as crianças integradas no Projecto de Intervenção Precoce e 50% para as crianças sinalizadas pela comunidade escolar e caberá ao Centro de Recuperação Infantil de Benavente essa responsabilidade. Cláusula IV (Encargos) Compete à Câmara Municipal assumir os encargos resultantes do presente Protocolo, transferindo mensalmente, para o Centro de Recuperação Infantil de Benavente, os valores correspondentes a: 1.367,80 € (vencimento dum técnico superior a tempo inteiro) + 21 dias = 88,41 € (subsídio de alimentação) + 26,80 € (seguro) + 273,56 € (segurança social) + subsídio de férias + subsídio de Natal. (…) REUNIÃO: SISTEMA INTEGRADO DAS REDES DE EMERGÊNCIA E SEGURANÇA DE PORTUGAL: O vereador Miguel Cardia comunicou ter participado numa reunião realizada em Lisboa, na passada quinta-feira, 22 de Abril, com o Eng.º Carlos Machado, Director da Unidade de Missão do SIRESP (Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança de Portugal), do Ministério da Administração Interna. Referiu que a citada reunião teve como assunto, a possibilidade de adesão da Câmara Municipal de Benavente, designadamente, o Serviço Municipal de Protecção Civil à rede integrada do SIRESP. Comentou que o primeiro contacto estabelecido com a Câmara Municipal ocorreu no ano de 2007, quando foi solicitada autorização para instalação de duas antenas nos Postos da GNR de Benavente e Samora Correia e, curiosamente, quando a Câmara Municipal manifestou a intenção de aderir ao sistema de comunicação digital via rádio foi dada resposta afirmativa e que se devia obedecer ao princípio do utilizador/pagador. Assim, houve necessidade de realizar a reunião para tentar perceber a situação, dado que anteriormente se tinha solicitado através de ofício para levarem em consideração o facto de existirem duas antenas instaladas na área do Município, uma das quais em área do domínio privado municipal. COMEMORAÇÕES DO “25 DE ABRIL” – BALANÇO: A vereadora Gabriela dos Santos informou que, de uma forma geral, os espectáculos integrados nas comemorações do “25 de Abril” tiveram uma grande adesão por parte da população. Referiu que na passada sexta-feira, dia 23, os grupos internacionais de folclore suscitaram agrado junto das crianças, dado que o grupo da Turquia realizou um workshop junto dos alunos do Centro Escolar de Benavente, que trouxeram os pais para o espectáculo realizado à noite no Cine-Teatro, registando-se que o mesmo foi muito participado e agradável. O vereador José d’a Avó felicitou todas as colectividades e entidades que se associaram às comemorações do “25 de Abril, bem como a boa participação nas iniciativas. A vereadora Ana Casquinha comentou que muitas crianças e jovens não sabem o significado do “25 de Abril” nem conhecem os seus momentos históricos, pelo que considerou importante a transmissão da mensagem dos ideais de Abril que terão de continuar vivos nas próximas gerações. Sugeriu ainda que se possa equacionar a descentralização da sessão solene. O Presidente referiu a propósito que a metodologia que tem sido procurada para elaboração dos programas das comemorações do “25 de Abril” pode e deve merecer reparos e até propostas de reformulação. Aquela programação tem sido resultado de um trabalho conjunto das Juntas de Freguesia, das colectividades e da Câmara Municipal, pelo que talvez seja necessário envolver também as escolas naquela comissão para se obter os resultados desejáveis. Relativamente à descentralização da sessão solene, opinou que tal medida deverá ser tomada em altura própria, ainda que defenda como mais sensato, que a sua eventual realização se possa repartir pelos dois grandes núcleos populacionais de Benavente e Samora Correia, designadamente, pelas condições dos edifícios municipais existentes. REUNIÃO COM A ASSOCIAÇÃO DESPORTIVA E CULTURAL DE BENAVENTE: O Presidente deu conhecimento da reunião realizada com a Associação Desportiva e Cultural de Benavente e informou que Benavente foi contemplada para a fase final do campeonato nacional de infantis, a realizar entre 17 e 20 de Junho. A ADCB pretendeu saber da disponibilidade da autarquia para assinar um protocolo com a Federação Portuguesa de Andebol, com a Associação de Andebol de Santarém e com a própria associação local, tendo respondido que a Câmara Municipal não fazia questão de figurar no protocolo, por entender que o seu papel nesta acção se resume a apoiar a iniciativa. Contudo, a ADCB entendeu por bem, sem qualquer custo adicional para a Câmara Municipal, que a autarquia subscrevesse o respectivo protocolo. Acrescentou que a ADCB tinha solicitado a cedência do pavilhão gimnodesportivo e a utilização do refeitório escolar para, eles próprios, poderem confeccionar as refeições, com o necessário acompanhamento de um funcionário do município, sendo que a associação assumirá os encargos com os produtos para a confecção das refeições. APROVAÇÃO DAS CONTAS DA EMPRESA ÁGUAS DO RIBETEJO: O Presidente informou que as contas da empresa intermunicipal Águas do Ribatejo foram aprovadas e que o resultado do exercício se aproxima de 50 mil euros. Acrescentou que não haverá distribuição de dividendos e que os impostos a pagar ao Estado rondam os doze mil euros. O fiscal único, quando questionado, afirmou parecer-lhe que a empresa tem condições de poder responder às questões objecto de preocupação e que se prendiam com a necessidade futura de um eventual ajustamento do tarifário para valores muito elevados para responder àquilo que eram as necessidades de financiamento da empresa. O fiscal afirmou ainda que entende, que se ocorrer a reforma da contabilidade, conforme se espera, que muitos dos actuais proveitos diferidos passarão a ser activos da própria empresa e, como tal, a tendência será para melhorar os resultados, ainda que, tenha de haver um grande esforço financeiro para fazer face aos encargos financeiros, nomeadamente de amortizações e juros, que irão surgir, fruto do grande investimento que vai ser realizado até 2013
Realizou-se, no dia 29 de Abril, no Centro de Estar de Assentiz, uma pequena comemoração do Dia da Mãe.
Este convívio envolveu os utentes deste Centro, que apresentaram várias récitas do seu conhecimento, poemas de Carlos Drummond de Andrade, Sebastião da Gama, Alberto de Oliveira, um excerto de “A invenção do dia claro”, de Almada Negreiros, provérbios, a história do Rei Salomão e a fábula da águia e da coruja, tudo alusivo à temática da mãe e do amor de mãe.
Os utentes dos Centros de Estar de Arrouquelas, Arruda dos Pisões, Azinheira, Malaqueijo, São Sebastião e Vila da Marmeleira vieram assistir, assim como, as crianças do Jardim-de-infância de Assentiz. Estiveram também presentes, a Vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Rio Maior, Sara Fragoso, a Presidente de Junta de Freguesia de Assentiz, Amélia Simão, e os Presidentes das Juntas de Freguesia de Arrouquelas, Rio Maior e Vila da Marmeleira (Mário Pião, Filipe Santana Dias e Edgard Carriço, respectivamente).
Esta iniciativa resultou do trabalho de Animação e Dinamização dos Centros de Estar, que tem vindo a ser realizado pela Câmara Municipal de Rio Maior desde Janeiro de 2009 e que visa a promoção do bem estar dos seniores, a valorização dos seus conhecimentos, da sua experiência de vida e acima de tudo envolvê-los na própria dinâmica e animação. Uma comunidade com seniores activos e participativos é uma comunidade socialmente mais rica.
Para finalizar este encontro, de várias gerações e Freguesias, realizou-se um lanche convívio, oferecido pela Junta de Freguesia de Assentiz.
Universidade Sénior “Cantou Abril” no Cineteatro A fechar as Comemorações do “25 de Abril”, o Município de Rio Maior, através da Universidade Sénior (USRM), levou a efeito um espectáculo intitulado “Cantar Abril”, realizado a 28 de Abril no Cineteatro.
O evento iniciou-se com a projecção de um vídeo alusivo ao Dia da Liberdade, com imagens do dia 25 de Abril de 1974, acompanhadas de um poema de Manuel Alegre.
No espectáculo apresentado pela professora da USRM, Manuela Dâmaso, a Vereadora Sara Fragoso falou sobre as Comemorações do “25 de Abril” em Rio Maior. “Quisemos inovar! E penso que estas Comemorações reflectem a forma de como encaramos a efeméride: um dia de libertação de todo um povo”, afirmou a autarca. Dirigindo a suas palavras ao Capitão de Abril, Coronel Marques Júnior, a Vereadora da Cultura declarou que “o Coronel é símbolo de uma luta justa, de uma luta de um militar contra a sua hierarquia e da hierarquia contra a ditadura que nela assentava”.
De seguida, a Directora da USRM, Bernardete Maurício, recordou a luta dos portugueses e dos heróis de Abril pela liberdade e pela democracia, manifestando a vontade de que todos recordassem “o dia em que se lançaram pombas brancas e que se cantaram hinos de esperança”. A Rui Andrade, membro do Núcleo Coordenador da USRM e Vice-Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Rio Maior, coube a tarefa de apresentar o orador desta noite: o Capitão de Abril, Coronel Marques Júnior.
O Coronel Marques Júnior deu o seu testemunho ao presentes sobre a sua experiência pessoal, as razões que levaram os militares a envolverem-se na luta pela liberdade, os preparativos para a revolução, o Dia da Liberdade e o pós-25 de Abril.
“O 25 de Abril parece que foi uma coisa muito fácil porque fizemos uma revolução sem dar um tiro, fizemos uma revolução em que o símbolo é o cravo, fizemos uma revolução que é considerada internacionalmente como um dos movimentos que mais importância teve no aparecimento de outras democracias desde a América Latina a Africa (…) mas nós tivemos também muita sorte porque os nossos adversários eram muito mais do que nós”, confessou o Capitão de Abril. A terminar a sua palestra, o Coronel afirmou ser “muito bonito comemorar o 25 de Abril todos os anos” ressalvando que “o 25 de Abril deve ser comemorado todos os dias, cumprindo Abril”.
Após a palestra proferida pelo Capitão de Abril, deu-se início ao espectáculo com os alunos da USRM a declamarem dois poemas alusivos à Revolução dos Cravos. A declamação poética terminou com Bernardete Maurício e Manuela Dâmaso a apresentarem um poema de Manuel Alegre. A finalizar, o Coro da Universidade Sénior de Rio Maior, dirigido pela Directora da instituição, presenteou o público com um reportório essencialmente composto pelas músicas mais marcantes do “25 de Abril”. Zeca Afonso, Manuel Alegre, Manuel Freire e Ermelinda Duarte foram alguns dos autores recordados pelos alunos nesta noite comemorativa. Assistiram ao “Cantar Abril” o Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Rio Maior, João Castro, e o Juiz da Comarca de Rio Maior, João Carreira.
O único armazenista de vinhos do concelho do Cartaxo foi o convidado da 23.ª edição das Conversas na Taberna. Luís Ramos, de 82 anos, foi ao longo de mais de 30 anos um dos grandes impulsionadores dos Joanicas e a ele se deve a qualidade que sempre prestigiou os néctares desta sociedade.
É ao vinho que Luís Ramos deve muitas das grandes emoções da sua vida. Para este homem, o néctar de que falamos significa mais do que uma marca de um concelho, mais do que uma presença assídua numa mesa, mais do que a principal fonte de um negócio que ajudou a construir e a fazer crescer. Para este homem, o vinho significa qualidade, significa luta constante, significa vitória.
Luís Ramos, de 82 anos, é hoje o único armazenista do concelho do Cartaxo. E o que mais o preocupa neste momento “é ver que a juventude não entra na vida dos vinhos. E a comercialização vê-se, por exemplo, nos livros das promoções da semana – vinho espanhol: leve seis, pague quatro”.
O gosto pelos produtos da terra herdou-o da família. Desde pequeno que foi envolvido nos trabalhos do campo – nas férias do Natal, o pai introduzia-o na poda das vinhas; nas férias da Páscoa, as suas delicadas mãos tornavam-se ásperas pelo uso da enxada nas tarefas da cava.
“Aprendi todos os serviços da agricultura. Uma vez ganhei um yo-yo por andar a tirar as ervas das favas. E lembro-me de outra vez em que eu e o meu pai cavámos uma vinha inteira em dois dias e meio. Agora, nas horas vagas, vou para a minha horta, tenho alfaces, favas, feijão. Gosto de ter aquelas coisas criadas por mim”.
Não foi dos alunos mais brilhantes da escola, mas sempre esteve entre os melhores especialistas de vinho do concelho. Os pais conseguiram pagar-lhe os estudos no Colégio Marcelino Mesquita com o dinheiro que recebiam aquando da venda do vinho. “Cem escudos no primeiro ano, cento e vinte no segundo, cento e quarenta no terceiro e cento e sessenta no quarto. Um aumento de vinte escudos por ano era muito, naquela altura”.
Era o campo que dava sustento a muitas famílias. Além de produtor de vinho, o seu pai era reconhecido localmente como “um bom gadanheiro. Ele ganhava trinta escudos por dia a ceifar com uma gadanha, enquanto outros só ganhavam dez. Era um trabalho muito bem pago”.
Quando acabou o curso, aos 16/17 anos, Luís Ramos trabalhou uns tempos numa caldeira de destilação de aguardente, na Avenida João de Deus, a ganhar 350 mil réis. Depois, foi para o Grémio da Lavoura e posteriormente, arranjou trabalho em Lisboa, por intermédio de um tio, como ajudante de despachante no transporte de militares. “Ganhava um conto de réis por dia, era um ordenadão”.
Regressou entretanto ao Cartaxo, ficando novamente a trabalhar no Grémio da Lavoura. Como dactilografava rápido e bem, respondeu a um anúncio da Câmara Municipal. Foi o único concorrente e entrou para a instituição. Mais tarde, com o falecimento do sogro, Luís Ramos acabou por solicitar uma licença ilimitada à autarquia, para exercer funções na sociedade Joanicas do Cartaxo.
Tornou-se um especialista dos vinhos, na comercialização e na produção. Muitos dos prémios atribuídos a vinhos da sociedade Joanicas a ele se devem. E se as memórias forem curtas, a imprensa é testemunha desse sucesso. Por exemplo, a edição do Diário de Notícias de 9 de Outubro de 1993 dedica uma página aos néctares Joanicas, designadamente ao Cabernet Sauvignon, merecedor de um primeiro prémio nacional. Já O Povo do Cartaxo, na sua edição de 6 de Julho de 1995, designa Luís Ramos como “um dos melhores narizes nacionais para o vinho”.
“Nunca alinhámos em comprar vinhos baratos, porque desprestigiavam o nome do Cartaxo. Junto dos pequenos produtores tinha sempre a porta aberta. E ia também a Palmela, a Almeirim, ao Alentejo. Onde eu descobria um vinho bom, eu comprava, mesmo se fosse caro. Os produtores tinham gosto em vender aos Joanicas. Eu arranjava um conjunto de vinhos de excelente qualidade e combinava-os. Por vezes eram melhores juntos que sozinhos. E a verdade é que quando os vinhos andavam em baixo de forma, nos anos 80, nós continuávamos a ganhar prémios”.
Não tirou curso, mas fazia o papel de enólogo. “Provava o vinho, às vezes não estava bebível, mas eu idealizava e via que com o calor e o tempo ia ser um óptimo vinho”. Até hoje nunca se enganou. “Talvez tenha uma intuição”.
Talvez tenha sido essa intuição que o levou a apostar na sua “menina dos olhos bonitos” – a Aguardente Rainha dos Joanicas. É a história que está por trás da criação da marca desta aguardente que Luís Ramos elege como um dos episódios mais intensos da sua vida na sociedade Joanicas.
Comprou dez cascos de aguardente no Bombarral, “para experimentar” e o sucesso foi logo imediato. Os maiores problemas surgiram no registo da marca. “A Junta do Vinho não aceitava o nome, mas o que nós queríamos dizer era que esta aguardente era a rainha dos Joanicas, não a rainha de todas as aguardentes. A Junta não aceitava e então pus um advogado contra a Junta – foi um risco muito grande, porque era a Junta que fiscalizava os armazenistas – mas ganhei a causa”.
Aqui, como noutras batalhas, Luís Ramos tem sido “um grande lutador”. E o Cartaxo agradece.
Por: Anabela Melão
Alguns leitores têm manifestado alguma curiosidade sobre o que é a Maçonaria. O que é. Quem a ela pertence. O que visa.
Achei interessante o desafio. Assim, não pretendendo maçar-vos com textos extensos e pouco perceptíveis, vou “iniciar-vos” com algumas ideias gerais. Dependendo do vosso interesse, “juro” que se seguirão outras crónicas.
Dado que é a primeira vez que me “revelo” maçon para a minha família de sangue, dedico-lhes estas palavras. Aqui vai, Vale de Cavalos. Ao meu avô que vive, no lado de lá, ao “Oriente Eterno”.
Começo por dizer que falo de Maçonaria, na visão que tenho dela. Nenhum maçon, a não ser que devidamente mandatado para tal, se assume como porta-voz dos seus irmãos. É uma postura pessoal, como o são todas as posturas dos maçons: livres, pessoais e intransmissíveis. Daí o “segredo” de que tanto se fala.
Que mais não é do que a forma interiorizada, espiritualizada como cada maçon vive, a cada dia, a sua “iniciação” e o seu “aprendizado”. Da “pedra bruta” que é quando, neófito, se entrega ao trabalhá-la, para o resto da sua vida, numa linha contínua de aperfeiçoamento e melhoramento, até à “pedra polida”. Posso, como apaixonada por História, mencionar-vos o papel que desempenhou na História do Mundo na implantação de uma comunidade que se rege pelas máximas da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade (o lema adotado pelos insurgentes durante a Revolução Francesa).
Posso, como cidadã, esclarecer-vos que não se trata de uma sociedade secreta, mas sigilosa ou discreta, dependendo da forma mais ou menos livre com que cada maçon assume (ou não) que o é. Tudo depende dos tempos. Em liberdade ou em ditadura, assumir que se é maçon é já, de per si, um acto de liberdade.
Digo-vos que nenhuma ditadura (muito menos o Estado Novo, já que se comemora, também Abril) foi complacente com os maçons, porque estes antagonizam, como livres pensadores que são, os poderes instituídos. O secretismo, esse está e esteve sempre directamente relacionado com a maior ou menor Liberdade em que o país vive em cada momento da sua História.
A Maçonaria foi secreta quando perseguida pela Inquisição, por Pina Manique ou durante o período que opôs liberais a miguelistas. Voltou a ser secreta quase cem anos depois com a ditadura do Estado Novo.
Foi “secreta” sempre que a Liberdade perigou. Posso, como jurista, dizer-vos que é uma ordem com regras próprias, a que apenas adere quem é convidado por maçons que detém a qualidade de mestres e que apenas quem possui tal “grau” se pode assumir como tal.
Posso, como maçon, confirmar-vos que não é uma religião, mas uma ordem iniciática pautada por valores e princípios que transcendem a mera crença num Deus, que, consoante a religião de cada maçon ou até para os agnósticos e ateus, acredita na existência de uma entidade superior, a que chamam o “Grande Arquitecto do Universo”.
Posso, por fim, como co-fundadora da Academia de Estudos Laicos e Republicanos (fundada por “sete” “Irmãos”), trocar impressões sobre o modo como influenciou os destinos do nosso País, sobretudo num ano em que se comemora a República: um sonho (também) de maçons. Nas vésperas de 1910, ser-se republicano significava ser civicamente activo e ser-se pela democracia de opinião por oposição ao Estado centralizado na figura do rei.
Por isso, muitos republicanos eram maçons e outros tantos carbonários (o “braço armado” do movimento republicano). A estrutura funcional da Maçonaria de antanho era idêntica à de hoje, na forma de trabalhar. Em 1910, a Maçonaria estruturava-se em “Lojas” e “Triângulos”, dispondo o Grande Oriente Lusitano Unido de órgãos específicos com carácter legislativo, executivo, judicial e ritual. Eram locais privilegiados de debate, contribuindo para que a República fosse encarada como uma alternativa ao regime monárquico.
Discutiam temas de interesse nacional, focando-se no sistema de ensino, na organização política e económica do país, com enfoque nas matérias de carácter social: a pobreza, o divórcio, os horários de trabalho, a assistência médica pública, o movimento operário ou o analfabetismo.
Os maçons, tratando-se por “Irmãos”, possuíam uma estrutura piramidal, tendo na base as “Lojas” azuis, incluindo os “graus” de “aprendizes”, “companheiros” e “mestres”. Era na faixa litoral que se concentrava o maior número de Lojas, onde o Porto, Coimbra e Leiria, possuíam uma actividade maçónica significativa, mas era sobretudo Lisboa que projectava a politização nacional, com reflexos directos naquele que viria a ser um marco (outro) de LIBERDADE: o 5 de Outubro.
Durante os dias 22 a 25 de Abril de 2010 estiveram presentes no concelho de Almeirim 7 grupos folclóricos internacionais que permitiram um conhecer de culturas e de ideias muito interessantes para quem esteve envolvido nesta organização como foi o meu caso. Esta actividade envolveu toda a comunidade dado que fizemos diversas visitas a várias instituições do concelho, apenas foi possível realizar com o apoio das entidades oficiais como a Câmara Municipal de Almeirim e respectivas Juntas de Freguesia e Governo Civil. Estiveram presentes, e colaboraram de uma forma estreita com a organização vários Ranchos Folclóricos de todo o concelho como o Rancho de Benfica (Principal organizador), Rancho da Velha Guarda de Almeirim, o Rancho da Raposa, o Rancho Adulto das Fazendas de Almeirim e o Rancho de Paços Negros. Todos os Ranchos trouxeram um pouco de alegria e animação às ruas de Almeirim, senão vejamos, os Gregos apareceram com a sua magia e experiencia, o grupo Lituano era extremamente jovem e irreverente, o grupo da Bulgária apareceu com o seu rigor, o grupo Turco passeou todo o seu exotismo, o grupo Polaco apresentou toda a sua espontaneidade, o grupo escocês realçou a sua sonoridade e o grupo Ucraniano presenteou os espectadores com todo o seu profissionalismo e encanto, sendo mesmo o grupo mais aplaudido. Durante o evento esteve aberta uma exposição sobre os países que nos visitaram durante este festival. Este é sem dúvida o 3 evento cultural da cidade de Almeirim, apenas conseguiu-se realizar devido à forte envolvência de todos, o que prova que a união faz a força e apenas com todas as forças vivas a puxarem para o mesmo lado, independentemente da preferência partidária ou clubista se consegue colocar em prática a famosa frase de Fernando Pessoa ‘Deus quer, O homem sonha, a obra nasce’. O mais importante desta actividade foi a grande adesão dos Almeirinenses a esta iniciativa, o que permitiu também projectar Almeirim além Fronteiras. Diremos presente a uma próxima edição, esperando contar uma vez mais com todos os Almeirinenses.
Por: Paulo Mendes da Paz
A Scutvias – Autoestradas da Beira Interior, S.A. estabeleceu uma parceria com os Governos Civis dos Distritos atravessados pela A23 na extensão que lhe está concessionada, nomeadamente Santarém, Castelo Branco e Guarda, para a implementação de uma Campanha de Sensibilização para a Prevenção Rodoviária.
A apresentação da Campanha teve lugar na tarde do passado dia 28 de Abril, nas instalações do CAM – Centro de Assistência e Manutenção da Scutvias, S.A. na Lardosa (Km 138 da A23) e participações dos Governadores Civis dos Distritos, Senhores Dra. Sónia Sanfona de Santarém, Dra. Alzira Serrasqueiro de Castelo Branco e Dr. Santinho Pacheco da Guarda, Padrinho da Campanha o “Piloto da Guarda” Dr. Francisco Carvalho e Director Geral da Scutvias Eng. Levi Ramalho, tendo sido dado particular relevo ao apelativo mascote para as camadas Jovens de nome “TOPAS”, bem como aos autocolantes apostos nas viaturas.
Esta campanha tem o apoio da ANSR – Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária.
A Campanha desenvolver-se-á num período de 10 meses, com o apoio das autoridades, culminando com o tratamento dos dados estatísticos de um inquérito, por entidade académica relevante e credenciada da região.
A estratégia delineada objectiva três temas: o uso do cinto segurança; o excesso de velocidade e a condução sob o efeito de álcool. No final da Sessão, foi apresentado um excerto filmado, com os testemunhos das entidades que efectuaram a apresentação.
Num rasgo de criatividade, a Junta de Freguesia de Alverca decidiu melhorar um pouco o estacionamento na antiga Quinta da Vala, em Alverca.
Mãos à obra e lá vão eles a um excelente ritmo quando (e pelo que dizem os moradores) uma senhora de uma das varandas na foto não queria o estacionamento todo feito porque "encostam ali um camião e assaltam-me a casa".
Consequência: os cantos a 90º no lado esquerdo da imagem. O certo é que a obra parou!
Se é verdade o que dizem, da dita senhora ter forçado a alteração do "projecto" do parque, perdem-se 2 lugares e, a essa senhora digo: Então e o resto de Alverca? E as pessoas que moram nos rés-do-chãos, não correm mais riscos do que a senhora?
Espero que a situação não seja essa.
Espero que os 2 lugares a menos tenham uma outra explicação, e que a paragem das obras também.
Porque se for mesmo o que os oradores dizem: é uma vergonha para a junta de Freguesia estar a ceder a um capricho de uma senhora, subvalorizando todos os outros moradores.
É que ali 2 lugares de estacionamento fazem muita diferença.... Resta-me dizer-vos que a situação da pastorícia estava a ser resolvida na passada quarta-feira!
Texto de Pedro Calisto