Por: Ana Fonseca da Luz
Caminhada sem retorno
Dança-me nas mãos, toda a quietude adormecida, dos teus olhos de menina assustada, como se tivesses medo, que o tempo, de que tens saudades, voltasse para trás e te trouxesse as mágoas, que há muito fingiste ter esquecido.
Mas hoje, é domingo na tua alma e toda a tua essência vibra de uma felicidade fingida, mas que aos olhos dos outros, parece tão verdadeira e transparente como as lágrimas que não choras, não por vergonha, mas por valentia.
Apertas uma mão na outra, numa ânsia tão grande, que quase se ouve, apesar de dentro de ti, reinar um silêncio sepulcral.
Por que não choras?
Se chorasses talvez afogasses essas dores e renascesses, emergindo, renascida das coisas que te cravaram no peito…
Baixas os olhos, emudeces e pareces ignorar-me, porque as coisas que te digo, te magoam.
Resolvo dar-te tréguas e fingir que nada aconteceu, que nada nos separa a não ser o silêncio que constantemente brota das nossas palavras.
Deitas finalmente os teus olhos nos meus, como que pedindo desculpa…ou ajuda.
Hoje, não consigo decifrar os teus olhos.
Olho-te e vejo uma estranha…
Olhas-me e nem sequer me vês…
Para quê teimar em fazer esta caminhada?
Este é um caminho sem regresso.
Eu sei.
Tu sabes.
Mas ambos fingimos não saber…
Por: Ana Fonseca da Luz
Caminhada sem retorno
Dança-me nas mãos, toda a quietude adormecida, dos teus olhos de menina assustada, como se tivesses medo, que o tempo, de que tens saudades, voltasse para trás e te trouxesse as mágoas, que há muito fingiste ter esquecido.
Mas hoje, é domingo na tua alma e toda a tua essência vibra de uma felicidade fingida, mas que aos olhos dos outros, parece tão verdadeira e transparente como as lágrimas que não choras, não por vergonha, mas por valentia.
Apertas uma mão na outra, numa ânsia tão grande, que quase se ouve, apesar de dentro de ti, reinar um silêncio sepulcral.
Por que não choras?
Se chorasses talvez afogasses essas dores e renascesses, emergindo, renascida das coisas que te cravaram no peito…
Baixas os olhos, emudeces e pareces ignorar-me, porque as coisas que te digo, te magoam.
Resolvo dar-te tréguas e fingir que nada aconteceu, que nada nos separa a não ser o silêncio que constantemente brota das nossas palavras.
Deitas finalmente os teus olhos nos meus, como que pedindo desculpa…ou ajuda.
Hoje, não consigo decifrar os teus olhos.
Olho-te e vejo uma estranha…
Olhas-me e nem sequer me vês…
Para quê teimar em fazer esta caminhada?
Este é um caminho sem regresso.
Eu sei.
Tu sabes.
Mas ambos fingimos não saber…
Por: Ana Graciosa
DILUIÇÃO
O que é um processo espiritual?
O que é fazer processo?
Fazer um processo espiritual é deixar-se diluir nas águas.
A diluição é um comando poderoso da alma. A alma dilui-se no Universo.
Dilui-se na energia.
E essa diluição no todo é o que faz com que a alma seja
parte do todo, parte do Universo.
É nesse diluir que mora o segredo da comunhão.
O ser humano, tal e qual como está, tal e qual como
vive nessa energia densa aí em baixo, não está minimamente
preparado para se diluir.
Ele pensa que é matéria, não sabe que é energia.
Se ele soubesse que é energia, sendo a matéria um mero
invólucro, que serve para carregar as limitações físicas que
atraiu para poder trabalhar as suas fragilidades…
Se ele soubesse que a sua parte energética é a sua parte
mais poderosa…
Se ele soubesse que só se diluindo como físico, só se
diluindo como espírito ele encontrará a dimensão da alma
e finalmente se poderá fundir…
Se ele soubesse que o acordo que firmou antes de
encarnar lhe traz o dever de se diluir em energia para
melhor fazer a fusão que lhe irá devolver a unidade…
Se ele soubesse…
– E como fazer para diluir? Para chegar à frequência da
alma? É fácil:
Diluir é deixar que cada coisa aconteça quando tem de
acontecer.
É saber que tudo no Universo tem um tempo propício,
e que as pessoas não deveriam bloquear o que está para
acontecer.
Se alguém de quem gostas te faz mal, por exemplo,
deves chorar. Chorar de tristeza. Chorar de tristeza por
teres atraído alguém assim, que é tão infeliz ao ponto de
magoar quem lhe quer bem. Só isso.
Só assim te irás diluir na própria emoção que sentes, e
nunca, nunca bloquear uma dor.
Aos poucos vais-te habituando à ideia de que a vida
traz emoções alegres e tristes, e que tudo flui se não deixares
escapar nada.
Sentir, sentir, sentir.
Mas as pessoas não fazem isto. Não se diluem em emoções
adversas.
As pessoas ficam zangadas, ficam com raiva, culpam as
outras, ficam endurecidas, e continuam as suas vidas com
um nó no peito, provocado por emoções que se recusaram
a aceitar.
Como eu sempre digo, não é preciso aceitar o facto de
nos fazerem mal, mas é preciso aceitar vivenciar a emoção
que esse acontecimento traz.
E assim vão vivendo, vida após vida, sem aceitar sentir,
sem aceitar vivenciar, sem jamais diluir.
E jamais também o ser entra na dimensão da alma.
E jamais o ser consegue se libertar.
E jamais irá ascender.
“Alexandra Solnado”