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ALERTA VERMELHO – NECESSIDADE DO USO DE ÁGUA DA REDE PÚBLICA PARA COMBATE A INCÊNDIOS
COMUNICADO DA ÁGUAS DO RIBATEJO
Na sequência do Aviso Vermelho emitido pelo IPMA para o distrito de Santarém, e considerando a situação de ocorrências ao nível de incêndios, a Águas do Ribatejo solicita à população que restrinja o uso da água da rede pública de abastecimento ao essencial, ou seja, evite regar, lavar pátios, passeios, ruas, etc com a água tratada para consumo humano.
Assim, a Águas do Ribatejo, terá uma maior disponibilidade nas suas reservas de abastecimento para dar resposta às solicitações do combate a incêndios sem colocar em causa o abastecimento público de água em zonas onde as populações são tendencialmente idosas e mais sujeitas a problemas de saúde em ondas de calor.
A Águas do Ribatejo agradece desde já a colaboração de todos.

Por: Ana Fonseca da Luz
Adeus com lágrimas
Ajeitas o teu corpo, de formas melodiosas, antevendo o brilho transparente dos meus olhos e sacias todos os sentidos, prevalecendo o sentido do tacto.
Procuras a minha mão e entrelaças os teus dedos nos meus, como que pedindo não só companhia, mas também cumplicidade, naquela tarde, em que o céu prateado, anuncia tempestade.
Que tempestade poderá ser maior do que aquela que há anos ocultas dentro dos teus olhos, nos nós dos teus dedos e nos segredos que a tua boca, de romã cala, apesar de todos os esforços para te libertares desse cativeiro consentido?
Mas, naquele momento, não precisas de mais nada.
Eu sabia que a minha presença silenciosa era tudo o que necessitavas para acalentar aquela dor fininha, mas quase visível, que os teus olhos me mostravam.
Por isso, permaneci em silêncio, apenas a minha mão apertava docemente a tua, para que soubesses que eu estava ali. Que eu estaria, sempre, ali.
Amorosa, beijaste-me a bochecha, soltaste a tua mão, que tal como a tua alma, não gostava de estar presa e desceste a rua, deixando-me ali, parado, inquieto, porque conhecia todas as decisões, que eu sabia que te custavam, tanto, tomar.
Ainda te vi atravessar a rua, em passo lento, quase estudado e depois perdi-te quando cortaste a esquina da casa enfeitada de
de sardinheiras, encarnadas e roxas.
Como ninguém me esperava, fiquei ali, sentado no passeio, admirando o trabalho minucioso da calçada portuguesa.
Acendi um cigarro e, em vão, esperei que voltasses. Pousei os olhos na esquina da rua que te engolira e só entrei quando o céu me mandou as primeiras gotas, que me caíram no pescoço, acordando-me daquele marasmo em que me encontrava.
À noite, não disseste nada!
Nem um telefonema, uma mensagem…
Não dormi.
Não sosseguei.
Só nesse momento compreendi que o que me unia a ti, não era apenas uma amizade transcendente, mas muito mais do que isso e que tu, provavelmente te tinhas cansado da minha estupidez. Provavelmente, esperavas, que quando eu te dava a mão, para partilhar a tua tristeza, te roubasse todos os beijos, que a minha boca, agora, tanto queria.
No outro dia esperei por notícias tuas.
E no outro, mas nada...
Tinhas partido.
Tinhas finalmente cortado as amarras e partido para longe, como sempre tinha sido o teu desejo.
Pena eu não ter percebido, que quando prendíamos as nossas mãos, uma na outra, eu nunca tivesse percebido que os teus, olhos, as tuas mãos e todos os teus sentidos e afectos me pediam para que eu partisse contigo.
Aguardo-te, agora, para te dizer, porque eu sei que mais dia, menos dia, vais voltar, na esperança de que eu “me” tenha percebido, para te dizer ao ouvido, tudo aquilo que há anos te devia ter dito.
Eu sei que um dia, talvez breve, vais dobrar aquela esquina, da casa enfeitada de sardinheiras, e vamos dar as mãos…para sempre.