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"A Imparcialidade Na Noticia" -
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Por: Catarina Betes
Em todas as almas, tal como em todas as casas, há um interior escondido.
E muitas vezes esse interior é pintado a cinza.
Nem preto nem branco, porque vivemos (ou nos escondemos) rigorosamente no centro, onde se reúnem as nossas indecisões, incertezas e medos.
Então, optamos por uma fachada vistosa, que acalme os nossos nervos e os resguarde dos perigos da superfície.
Apenas na quietude da noite, ao cerrarmos as portas da casa e da alma, quando nos descobrimos sós, abrangemos o peso e o vazio das cores que não conseguimos mudar.
Porque vêm de dentro e espelham o que realmente somos, a essência de que somos feitos.
E essa verdade escondida não é mais do que sombras. Vultos do que poderíamos ser, vencido o medo.
Mas a noite é longa. E se por instantes experimentamos no nosso âmago o impulso de o enfrentar, logo entendemos o poder das nossas hesitações.
E então deixamo-nos ficar, no meio daquele cinza que não provoca frio nem calor, apenas nos consente ficar, naquela quietude oca que ilustra a nossa fraqueza, enquanto a coragem não chega.
E quando o dia nasce, consentimos que o sol aponte os seus raios naquela frontaria que brilha, numa cadência contrastante à da alma, que uma vez mais, acorda vazia.