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Por: Catarina Betes
Confesso que hoje, sinto que tudo passou num abrir e fechar de olhos.
As noites mal dormidas, as manhãs em que deixava os miúdos na creche ou na escola e me arrastava para o trabalho, com a sensação de que o dia estava no fim e não apenas a começar.
Mas os momentos difíceis não ocupam lugar. O que preenche os espaços e momentos vazios, são os dias felizes, dias simples, como uma manhã de primavera ou um fim de tarde à beira mar.
Os sons das suas vozes, enquanto corriam pela areia, os seus risos e lamentos, enquanto corriam em desvario, em direção ao mar.
O semblante enregelado com que se aproximavam, para que com uma toalha os envolvesse e durante segundos, abraçasse, naquele aconchego simples e quente, que só se sente na infância. E se tivermos sorte, mais tarde, quando os papéis se invertem.
Após esse breve abraço, as energias eram renovadas e pouco tempo depois, o frio era já passado e o sol e o calor, faziam novamente o seu chamado.
Não lamento as noites passadas em branco, o ar cansado e as rugas à volta dos olhos, os dias e anos esquivos, que passaram entre os meus dedos, sem que os pudesse, ainda que por momentos, agarrar.
Entendo que a vida é um sopro e como todas as coisas perfeitas, a sua beleza passa muitas vezes despercebida, escondida por trás dos queixumes e superficialidades de cada dia.
Apenas os mais atentos, reconhecem, na sua simplicidade e candura etéreas, a essência do que nos trouxe Aqui, a este Mundo, neste Momento, a este Lugar.
Ser feliz é ser grato.
É fechar os olhos, apreciar a noite,
e esperar o dia chegar.