NOTICIAS DO RIBATEJO EM SUMARIO E ACTUALIZADAS PERIODICAMENTE -
"A Imparcialidade Na Noticia" -
UMA REFERÊNCIA NA INFORMAÇÃO REGIONAL -
Por: Catarina Betes
Planos
Quando somos mais novos, traçamos
planos.
Planos pessoais e profissionais.
Ou então não traçamos nada, mas
sabemos que tudo irá correr bem. Porque temos tudo à nossa frente.
Dias e anos de espaços em branco por
preencher, telas nuas e vazias à espera de serem pintadas, sem regras nem
imposições.
Temos poucas certezas, mas acreditamos,
porque faz parte da nossa cândida
natureza humana, confiar que tudo correrá bem.
Porque nos ensinaram que todas as
histórias carregam em si a possibilidade de um final feliz.
E então, a meio do maravilhamento interior que apenas a juventude concede, somos apanhados desprevenidos, pelas forças imprevisíveis do Universo.
E repentinamente ficamos perdidos.
Permanecemos momentaneamente
parados naquela estrada cinzenta, que não tem fim à vista e que de um momento para o outro, percebemos ter de percorrer sozinhos.
E esta é a nossa primeira grande
aprendizagem.
Que há caminhos que não podem ser
feitos a dois.
Que não é apenas o nascimento e a morte que atravessamos sozinhos.
Porque durante os dias do nosso trilho,
nascemos e morremos muitas vezes, sem que nos apercebamos disso.
Nascemos de cada vez que nos erguemos e não permitimos que as incertezas do caminho nos impeçam de o atravessar.
Morremos, sempre que desistimos a meio, porque não temos a coragem de o
enfrentar.
E quando a segunda acontece, passamos a viver uma espécie de morte, em vida.
Porque ficámos a meio do caminho.
O espantoso da existência humana, é que temos forças em nós que desconhecemos,
até ao dia em que nos propomos
recomeçar.
Até ao momento em que todas as nossas reservas de firmeza, ânimo e resistência caem por terra e o abatimento interior
ameaça vencer a nossa determinação.
Mas se estivermos atentos, a última
palavra, é sempre nossa.
Cabe-nos a nós levantar, sacudir a poeira dos dias macilentos, calçar novos sapatos
e recomeçar a andar, desbravando novos trilhos.
Porque entre vários destinos a seguir,
o melhor,
É sempre o que escolhemos, não para
estarmos sós,
Mas que elegemos sozinhos.