Por: Catarina Betes
Espelhos
A Lei do Carma diz que atraímos o que somos. Atraímos, portanto, os agentes de transformação que nos irão convidar a enfrentar e superar precisamente o que mais tememos. Só nesse confronto podemos encontrar a liberdade que procuramos, caso contrário, viveremos numa prisão de ansiedade, olhando constantemente por cima do ombro, temendo o dia em que já não conseguiremos fugir ou fingir.
É no relacionamento com os outros que trabalhamos as nossas carências e medos. Porque qualquer relacionamento é, antes de mais, connosco próprios. Perceber quem somos, de onde vimos, o que viemos cá fazer. Conhecer cada parte de nós é o caminho para a aceitação do nosso potencial e das nossas sombras.
O nosso potencial revela o que de melhor trazemos, mas que ainda desconhecemos. As sombras, o que precisa de cura e transformação e que na maioria das vezes, nos escapa.
É no relacionamento com o “outro” que tomamos consciência de quem somos e só aí poderemos saber livremente o que escolhemos vir a ser. É ele, o nosso espelho.
Somos nós que escolhemos a nossa vida, as pessoas que fazem parte dela e a verdade é que, quem mais nos testou, foi quem mais nos libertou. Que nos aproximou de quem ansiamos ser.
O tempo que gastamos a culpar os outros, a lutar contra o que não podemos mudar, é tempo desperdiçado, que podia estar a ser usado para mudar o que podemos mudar, fazer o que podemos fazer, ser feliz com quem somos.
O que quer que estejamos a sentir, cabe-nos apenas a nós superar. O “outro” é incapaz de o fazer, porque não é esse o seu propósito na nossa vida. O seu papel é testar o nosso equilíbrio, não proporcioná-lo.
Somos seres criados para viver a mais elevada versão de nós próprios. A vida não coloca amarras em ninguém e está em constante mudança.
Se tivéssemos consciência das mudanças de vibração e frequência que sofremos constantemente, ficaríamos surpreendidos. Aliás, o mundo tem sido um espantoso holograma desses mesmos processos de mudança, e, se pretendemos que ele possa ser um futuro paraíso, há que criar primeiro esse paraíso dentro de nós.
Como podemos fazê-lo?
Pondo tudo em causa.
Fazendo constantes análises interiores, mantendo o espírito crítico quanto aos velhos moldes e ir escolhendo a cada dia o que faz sentido e que gostaríamos de ver no mundo.