Agora que está a acabar esta desgastante campanha eleitoral para as autárquicas é tempo de fazer um balanço. Faço-o com a consciência de que, passadas as eleições, há que respeitar os resultados e que a nossa terra merece que todos os que agora sujeitam as suas ideias a sufrágio popular, se unam em torno do projecto de Fátima 2017.
1. É preciso coragem Dr.ª Helena Barroso para afirmar o que disse. Ainda se vivessemos na Venezuela do ditador Chaves, tão amigo do seu líder Sócrates, ainda entendia. Agora em Fátima, a sua presunção de verdade absoluta é uma ofensa para quem acredita na democracia. Talvez por não conhecer bem a realidade fatimense não se aperceba que as pessoas defendem convictamente os seus ideais e que não mudam a troco de uma promessa de um qualquer emprego. Em 1974, Ourém era um dos concelhos mais atrasados do distrito e hoje o seu grau de desenvolvimento coloca-o logo atrás de Santarém. Coisas que não conhece ou finge não conhecer. Quanto ao seu voto, vote livremente e sem medo, já que para além de ser secreto, não vivemos no terceiro mundo e ainda sabemos respeitar as pessoas.
Já agora, convinha que esclarecesse quem anda a espalhar ameaças veladas. De tão confiadamente julgarem que vão ganhar (cruz, credo) alguém da sua lista até já diz que algumas pessoas devem procurar outros empregos depois do dia 11 de Outubro.
Devo recordar-lhe também que nunca tantos cartazes do PSD foram vandalizados como nesta campanha. Isto para já não falar dos blogues anónimos, pois claro, que lançam um chorrilho de mentiras sobre as figuras gradas do PSD local. É esta a sua noção de democracia?
2. Por falar em democracia, depois de anos e anos a dizer mal da família Serrano e do perpetuar das dinastias em Ourém, é curioso escolherem o pai Serrano para mandatário da lista do PS. Afinal, se durante mais de 30 anos foi acusado de tudo e mais alguma coisa, agora é o quê?
3. De qualquer modo, não devemos ter medo do futuro. Depois de 4 anos a falar na dívida camarária, agora por todo o concelho (e também em Fátima, pois claro) são apregoadas grandes obras a realizar no futuro. Será que saiu ao PS concelhio o Euromilhões?
4. Desculpem voltar ao tema dos (in)dependentes, mas vê-los na caravana PS com uma bandeira do partido socialista nas mãos dá para rir da sua tão apregoada independência. Até porque um verdadeiro independente não aceitaria ter sido delegado do PS nas mesas de voto das legislativas. Portanto (in)dependentes só se forem nos cartazes, porque a realidade é bem outra, caros dependentes.
5. Por último, os dois candidatos. Sem tirar o mérito a Paulo Fonseca, deixem-me lembrar-vos que o primeiro-ministro José Sócrates justificou o apoio a Durão Barroso em detrimento de um possível candidato socialista, porque se tratava de um português. O mesmo dilema coloca-se agora, para os verdadeiros fatimenses, em termos municipais. Temos como candidato à Câmara um homem que é de Fátima, que já foi Presidente da Junta de Freguesia da terra que o viu nascer (com obra feita) e que subiu na vida política a pulso, lutando com mérito pelos cargos que conquistou. Temos hipótese, pela primeira vez, de colocar à frente do município um homem que conhece como ninguém Fátima. Vamos desperdiçar esta oportunidade?
Vamos todos votar …sem medo. Não pode acontecer a vergonha das últimas eleições, em que a abstenção rondou os 40 %. Vote de acordo com as suas convicções … mas acima de tudo, vote!
José Poças