CORRIDA DE GALA À ANTIGA PORTUGUESA NO CARTAXO
Praça cheia na Corrida que homenageou o cavaleiro Joaquim Bastinhas e o Agricultor do Ribatejo
Vinte e oito anos depois, o Cartaxo voltou a receber uma Corrida de Gala à Antiga Portuguesa, no passado dia 21 de junho, integrada nas Festas da Cidade.
Foi um momento histórico para a Praça de Touros do Cartaxo, marcado também pela homenagem que a Associação Gentes do Cartaxo prestou ao cavaleiro tauromáquico Joaquim Bastinhas, pelos seus 30 anos de Alternativa, e pela homenagem do Município do Cartaxo ao Agricultor do Ribatejo.
A Corrida ficará também para a história porque foi nela que o veterano Manuel Jorge de Oliveira anunciou a sua despedida das arenas, 44 anos depois da sua primeira apresentação em público na Praça de Azambuja e com 36 anos de Alternativa.
Após o Desfile de Gala à Antiga Portuguesa, que percorreu as ruas do Cartaxo, foram descerradas no interior da Praça de Touros as placas de homenagem ao Agricultor do Ribatejo e a Joaquim Bastinhas, na presença do presidente da Câmara Municipal do Cartaxo, Paulo Varanda, do Comendador João Francisco Justino, do presidente da Associação Gentes do Cartaxo, Délio Pereira, e dos cavaleiros que atuaram na corrida, assim como, demais convidados.
Câmara Municipal do Cartaxo presta homenagem ao Agricultor do Ribatejo
Paulo Varanda referiu que estas homenagens surgem “do respeito que as gentes do Cartaxo têm para com as tradições e a cultura da sua terra. Somos um concelho rural, com uma ruralidade sofisticada, que defende de forma intransigente as suas raízes, trazemos esses valores do berço e prezamos em levá-los para o berço dos nossos filhos”, acrescentou.
Paulo Varanda apelidou os agricultores de “grandes homens de labor, exemplo de trabalho e de amor pela terra”. Ao cavaleiro Joaquim Bastinhas, o presidente do Município dirigiu palavras de apreço pela sua “ilustre carreira”, considerando-o “um homem de fibra”, ao pé do qual “nos sentimos pequeninos”.
Antes do descerramento da placa de homenagem ao cavaleiro tauromáquico, Délio Pereira recordou um episódio de uma corrida que o Cartaxo recebeu em 1989, na qual o grupo de forcados do Cartaxo fez uma pega em que todo o grupo foi ao chão, exceto a cara, tendo Joaquim Bastinhas sido a primeira pessoa a saltar das trincheiras para prestar ajuda. “É por isso que o povo do Cartaxo tem tanta admiração por si”, afirmou.
Praça cheia nesta que foi considerada uma “corrida histórica” no Cartaxo
A Praça de Touros do Cartaxo encheu-se para receber esta importante Corrida, que foi precedida de um cortejo histórico na arena, evocativo das touradas reais do século XVIII.
Dezenas de figurantes, trajados a rigor, desfilaram na praça, entre os quais o Neto, os Pajens dos Cavaleiros, os Charameleiros, o Timbaleiro, os Porta-Estandarte e Alabardeiros, os coches com os cavaleiros e os Moços de Forcado, que conduziram a mula das farpas.
O cartel da Corrida foi formado pelos cavaleiros Manuel Jorge de Oliveira – que, após a sua atuação, anunciou o final de carreira –, Joaquim Bastinhas, Rui Salvador, Marco José, Marcos Bastinhas e Ana Rita e pelo Grupo de Forcados Amadores de Alenquer. Ao longo da noite foram enfrentados seis touros da ganadaria de Jorge Carvalho.
SENIORES FESTEJAM FINAL DO PROGRAMA VIVER MAIS – VIVER MELHOR 2012/2013
Programa criado pela Câmara Municipal é visto como um espaço que valoriza o convívio e a ocupação saudável dos seniores do concelho
O Complexo Desportivo e Cultural da Quinta das Pratas voltou a ser o espaço onde se concentraram os seniores do concelho, que frequentam as atividades do Programa Viver Mais – Viver Melhor, para um dia de confraternização, que assinalou o final de mais um ano de atividade.
No dia 21 de junho, logo pela manhã, os seniores participaram numa aula de ginástica, seguida de orientação. Mais do que vencer a prova, o mais importante continuou a ser o convívio.
Paulo Varanda, Presidente da Câmara Municipal, que participou na festa de encerramento do ano letivo, afirmou que “nem só de pão vive o homem. O bem estar psicológico é tão importante quanto o bem estar físico, este programa tem a grande qualidade de dar atenção a estas duas vertentes do ser humano”, acrescentando que “num tempo em que os mais velhos são também os mais visados das medidas de austeridade a todos impostas, o município do Cartaxo entende o Viver Mais Viver Melhor, também, como um modo de reforçar a apoio àqueles que trabalharam, ao longo da sua vida, para a construção da comunidade que, hoje, nos orgulhamos de ser”.
Viver Mais é sinónimo de muita atividade
“Agora temos mais descanso – os filhos e os netos já estão criados – e é uma questão de programar o nosso dia-a-dia, o importante é mantermo-nos ativos. Este programa é importante para diminuir a nossa solidão. Gosto muito da minha casa, mas gosto de fazer muitas outras coisas fora dela. Já ando aqui há uns sete anos”, revelou Elvira Cóias, que frequenta as sessões de ginástica, hidroginástica, pintura, artes decorativas e teatro.
Depois da atividade de orientação, Carlos Bruno sentiu necessidade de se sentar um pouco à sombra. “Os 78 anos já pesam um bocado”. Carlos anda nas aulas de ginástica e nas caminhadas. Passou a fazer mais exercício físico por indicação da sua médica e hoje sente-se muito melhor.
“Tenho-me sentido bem, sobretudo nas caminhadas, já fomos a muitos sítios, Foz do Arelho, Valada. Cheguei a ser o único homem no grupo, mas gera-se muita brincadeira, aqui formou-se uma amizade muito grande”, contou.
A sua esposa, Hortense Lopes, partilha da mesma opinião. Está nas aulas de ginástica, hidroginástica, bordados e pintura e já chegou a frequentar as artes decorativas. E ainda arranja tempo para fazer trabalho de voluntariado. “São estas ocupações que nos dão força para continuarmos esta caminhada em direção à velhice. Aqui distraímo-nos, esquecemos os nossos problemas e angústias, sentimo-nos melhor”, revelou.
Carmina Canhas defende inclusive que “se nós não contribuirmos com o nosso esforço para desenvolvermos mais as nossas ideias e capacidades, temos mais dificuldades em enfrentar a nossa velhice”. Carmina frequenta o programa há seis anos e, apesar de já ter participado em outras atividades, neste momento anda na hidroginástica e na ginástica.
Quem frequenta também estas duas áreas é Maria Gama e Maria Ferreira. Ambas sentem que, não só o exercício físico, mas também o convívio as faz sentir melhor com a vida. “Sentimo-nos mais jovens”, revelaram.
Programa contribui para reforçar laços de amizade e diminuir a solidão
Maria Brito tem um grande “amor” por este programa de atividades e um grande carinho pelos professores. Mudou-se para o Cartaxo há alguns anos e diz adorar viver aqui. “Eu sou viúva, vivo sozinha e já sofri muito com a solidão. Se não fosse esta ocupação eu desanimava muito mais. Tem sido muito bom para mim, tanto para a parte física como para a psicológica. E tenho aprendido imenso, como é o caso do Inglês”.
Há também uma outra área que os seniores gostam de explorar: as novas tecnologias. Odete Fonseca diz que se sentia uma “analfabeta” nos computadores, por isso decidiu começar a contactar com este mundo para ela então desconhecido. “As novas tecnologias entram-nos pela casa a dentro, no nosso dia-a-dia elas estão cada vez mais presentes, por isso decidi aprender um pouco e estou a gostar muito”.
Também Maria Odete Pereira decidiu integrar as aulas de informática, por curiosidade e também por sentir essa necessidade. “Eu aqui tenho oportunidade de aprender algumas coisas, porque hoje em dia muito do que existe à nossa volta move-se através de computadores. Mesmo que sejamos seniores, temos de acompanhar a evolução dos tempos”, acrescentou.
As atividades da tarde exigiram mais da mente do que do corpo. Jogou-se xadrez, às cartas, petanca, entre outros. Os seniores despediram-se assim desta edição do programa Viver Mais – Viver Melhor, que regressa depois do verão para mais um período de atividade, novas aprendizagens e muito convívio.