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Domingo, 1 de Dezembro de 2013
TEMAS DE SAÚDE: Treino mental e psicológico no controlo da dor

 

Por: Antonieta Dias (*)

 

 

Um aspecto extremamente importante a uma lesão desportiva é o facto desta provocar ou não dor. A dor definida como “uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a lesões teciduais”, acompanha frequentemente a lesão desportiva tornando-se assim num importante factor a ser merecedor de especial atenção no plano de intervenção psicológica.

A forma como o atleta lida com a dor constitui uma boa medida de processo de reabilitação (Heil, 1993), no entanto a resposta à dor é extremamente personalizada.

Fernandez e Turk (1986) identificaram algumas técnicas principais para lidar e controlar a dor. Os autores salientam a: 1)focalização externa da atenção (direcionando a atenção do atleta para factores externos), 2)visualização mental e imaginação de imagens agradáveis, 3) visualização e imaginação de imagens neutras e 4) dar informação/conhecimento ao atleta acerca da sua dor, levando-o a reintegrar a dor.

Ao realizar-se a intervenção no período pós-lesão é necessário distinguir-se duas fases: a fase da imobilização e a fase da mobilização.

A fase da imobilização refere-se a casos em que o atleta teve que receber hospitalização. É uma fase de grande tensão normalmente associada à presença de dor. As técnicas psicológicas neste período segundo Palmi (1996(, incluem: a) competências de comunicação e relação interpessoal b) técnicas de relaxamento (v.g.técnica de relaxamento muscular progressiva sem contracção para os quatro grupos musculares combinada com a visualização mental da zona afectada), c)formulação de objectivos.

Por sua vez, a fase de mobilização é correspondente ao período pós-lesão e as técnicas psicológicas mais adequadas a esta fase são: a) competências de comunicação, b) técnicas de relaxamento, c) formulação de objectivos, d) melhoria da aprendizagens desportivas, rentabilizando o tempo disponível, e) apoio social, que encoraje o contacto com outros atletas que sofreram a mesma lesão e recuperaram totalmente.

Por outro lado, no sentido dereadaptação é necessário um elevado nível de motivação e concentração. Neste sentido Palmi (1996) recomenda o recurso às seguintes técnicas psicológicas: a) imaginação e visualização mental de confronto com a situação, b) técnicas de biofeedeback, c)formulação de objectivos semanais e d) discurso interno positivo. Finalmente, a etapa de regresso ao treino diz respeito à última fase de trabalho no sentido da recuperação dos níveis técnicos perdidos. As técnicas psicológicas sugeridas nesta fase são: a) competências de comunicação explicando ao atleta os progressos e eventuais dificuldades que possa encontrar, b)imaginação e visualização mentor de confronto com a situação competitiva, c)imaginação e visualização mental de mestria das competências desportivas e d) formulação de objectivos.

Este tipo de intervenção psicológica tem por objectivo reduzir o impacto psicológico da lesão desportiva que se assume como um acontecimento traumático, ao mesmo tempo que procura ajudar o atleta a trabalhar com base em objectivos e metas definidas. O sucesso deste processo reside na completa recuperação do atleta e o seu regresso à competição desportiva com êxito.

Em suma, é cada vez mais claro o papel fundamental da dimensão psicológica na recuperação das lesões desportivas, tornado-se necessário o acompanhamento psicológico de atletas que sofrem uma lesão no sentido de promover uma rápida recuperação e/ou evitar ajustamentos potencialmente problemáticos à lesão por parte do atleta.

Neste sentido, os psicólogos poderão começar a desempenhar um papel extremamente importante quer ao nível da prevenção de lesões desportivas quer ao nível da sua recuperação.

Atentos a todo este processo, treinadores e os próprios atletas reconhecem já a importância dos aspectos psicológicos na recuperação das lesões   desportivas. Como salienta Heil (1993)”uma lesão grave representa não apenas um problema físico, mas também um desafio à manutenção do equilíbrio emocional e ao jogo do atleta”é necessário por isso que mais progressos sejam feitos no sentido de ajudar o atleta lesionado a regressar rapidamente à competição física e psicológicamente recuperado.

(*) Doutorada em medicina



publicado por Noticias do Ribatejo às 11:52
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