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Quando regressei ao hospital de Caldas da Rainha, em 2001, pela 3ª vez, vindo do Centro Hospitalar do Médio Tejo: Abrantes (1985); Torres Novas (2000) e Tomar (2002), pela minha experiência percebi que tinha sido um erro grave de programação e planeamento hospitalar terem edificado três unidades hospitalares para um espaço territorial com cerca de 220 000 habitantes. Também vivenciei o descontentamento das populações face à repartição das diversas valências pelos três hospitais. Em termos logísticos esta solução de 1 em 3 não funciona pela triplicação dos serviços base tais como: transportes motoristas; manutenção; atendimento; telefones; segurança, urgências; cozinhas; meios complementares de diagnóstico; compras, expediente, estatística, etc. Então chegado a Caldas pensei, de imediato, inventar uma solução de 3 em 1 e daí apareceram os projectos: Centro Hospitalar do Oeste Norte (criado pela Portaria n.º 83/2009, de 22 de Janeiro) e o Hospital Oeste Norte (resolução do conselho de ministros de 28 de Agosto de 2008). Ao fim de 7 anos de activismo e muita persuasão foi possível ver o senhor Ministro Correia de Campos anunciar o Hospital Oeste Norte no programa Prós e Contras na televisão – canal 1 (Janeiro de 2008) da TV. Durante 2 anos foi prometido por diversas vezes pelo Senhor Primeiro Ministro e pela Senhora Ministra da Saúde. A disputa pela localização entre Caldas e Alcobaça foi provocando o adiamento deste processo. Afirmei, por diversas vezes, que a atitude dos autarcas de Alcobaça levaria a um atraso do processo que poderia ser fatal. Querer localizar o hospital em Alfeizerão só porque de uma forma aventureira, de grande irresponsabilidade social e de gestão dos dinheiros autárquicos se avançou para a compra de um terreno, por sinal não apropriado tecnicamente (sem os requisitos de viabilidade para a edificação de edifícios hospitalares) é um não-argumento que apenas serviu para alimentar um protagonismo fantasioso da liderança autárquica de Alcobaça. Vieram os técnicos, formaram-se duas comissão e ambas deram parecer pela localização em Caldas (estamos a falar de um hospital regional destinado 250 000 Oestinos : Caldas da Rainha; Alcobaça; Nazaré; Rio Maior; Óbidos Bombarral, Cadaval; Peniche e Lourinhã). Quando já estava definido o perfil do HON e a sua localização em Caldas e se esperava, desde Janeiro, pelo anúncio e abertura do concurso para construção do HON, em parceria público-privada eis que, em 4 de Junho, 6ª F, a direcção da OESTCIM, depois de já ter assinado um documento por unanimidade a exigir a construção do HON, vem de lá com (para mim, a não solução) a ampliação do Hospital de Caldas (1971 ) , II fase de ampliação reclamada desde de 1995 e ainda umas pequenas obras em Alcobaça (1890) e Peniche (1986). E ainda, com a perspectiva de concretização e edificação do Hospital Oeste Sul, em Torres Vedras, ao contrário do que estava previsto no plano de compensações do Oeste. Assim sendo, a montanha pariu um rato. De facto sempre tive a sensação que os líderes locais das Caldas não conseguiram ou não quiseram compreender o conceito HON, como hospital regional 250 camas e de excelência europeia e alavanca turística regional. Note-se está previsto uma rede integrada com as actuais 3 unidades hospitalares. Contrapor a ampliação com a edificação do HON, é confundir o passado com o futuro. A solução HON é, em termos da análise da avaliação económica do investimento e de uma análise custo benefício muito mais vantajosa em termos de eficiência interna de gestão da prestação de cuidados, logísticos, da eficiência económica regional e do SNS. Podemos afirmar que a ampliação versus HON é de uma relação de 1/5, em termos de análise comparativa relativamente à importância estratégica regional e de eficiência global do HON. Acresce que o período de construção HON é de dois anos (vide novo hospital de Cascais ) e a ampliação demorará 4 anos ( note-se que a I fase de ampliação desenvolveu-se em 6 anos). O projecto HON está suportado tecnicamente pelos Professores: Correia de Campos (economista da saúde);Augusto Mateus (economista estratégico); Daniel (Escola de Gestão do Porto: elaborou o estudo do projecto HON, pedido do Ministro Correia de Campos); Fonseca Ferreira (Presidente da CCDR, Lisboa e Vale do Tejo) e Dr. António Carneiro (Presidente da região turismo do Oeste). Há estudos que comprovam que o conceito do hospital, a sua estrutura física e localização se traduzam em menos dor, menos anestesia em doentes cirúrgicos, menos dias de internamento. Será que os senhores/as dignos e esforçados colaboradores do Hospital de Caldas depois de cerca de 40 anos a prestar cuidados hospitalares de referência, não merecem e tem direito ao exercício profissional numa unidade hospitalar: humana; moderna; inteligente e sustentável? Será que ainda terão de suportar mais 4 anos de condições operacionais e funcionais ainda mais precárias (poeiras; ruídos; redução drástica parqueamento, Etc.)? Será que o presidente da CMCR, como protagonista da não-solução/ ampliação está sustentado em suportes técnicos para anichar o hospital pela mata dentro, erro inaceitável em termos ambientais, termais e urbanísticos. Acontece que para o HON, apontei 77 critérios a favor. Para os autarcas critério único é a sua vontade, ou seja o critério são eles e ignoram e metem na gaveta todos os pareceres técnicos avalizados que lhe aprecem pelo caminho. Fazer a ampliação é complicar a solução. Há problemas acessibilidades e prejuízo para circulação automóvel e pedonal na cidade. Se esta solução fosse pacífica para os técnicos do Ministério da Saúde já está executada há mais de 12 anos. Para a instalação do HON, defendo um terreno com 15 hectares (precisamente a dimensão do terreno do quartel). O Ministério da Saúde para a área do terreno para unidades de cerca de 250 camas determina 10,5 hectares. Não percebo aonde buscar terreno para ampliação pretendida. Invadem toda a mata? Onde fazem o parqueamento para 1000 viaturas? Subterrâneo, a que preço por cada lugar de parqueamento? Porque será que o Médio Tejo tem 3 hospitais com menos de 25 anos e o Oeste Norte terá de se conformar com 3 hospitais com mais de 25 anos, Remendados? Será que este é o preço pagar por falta de liderança estratégica na nossa Região, a tal que tem menos camas hospitalares e menos diferenciadas por 1000 habitantes, e com esta posição comprometem o futuro do oeste como destino turístico de excelência de Portugal em 2020 e mais qualidade de vida na cidade. Peter Drucker deixou-nos: “Nada mais inútil do que fazer com eficiência o que nunca deveria ser feito.” Na minha perspectiva a localização no hospital, aonde está, foi o 1º erro, a I fase foi o 2º erro a II fase seria o 3º erro. O terreno para o actual hospital deveria ter sido aquele em que está instalada a ESTGAD, património do hospital termal. Por mim faço desde 2001 a minha parte. Está na hora fazerem a vossa. Gostaria que no mínimo o presidente da CMCR, tivesse a mesma consideração e respeito pelo projecto HON, que teve pelo CCC. Este pode ser novo e o HON não? Porquê? Acredito que como profissionais da saúde: prestadores de directos e não directos de cuidados percebem que a não-solução ampliação é desrespeito pelo vosso quotidiano hospitalar e mais grave ainda pelo bem-estar, conforto e garantia de qualidade de prestação de cuidados aos Doentes, razão de ser do vosso exercício profissional e do Hospital. Agradecemos a atenção e compreensão manifestadas Para saber mais: www.hon.pt.vu A bem do desenvolvimento do Oeste e de 250 000 Oestinos Benedita, 2010-06-13 Com os melhores e cordiais cumprimentos, José Marques, mentor e defensor do HON, desde 2001.