Numa tomada de posição pública, a Câmara de Abrantes contesta a ausência de investimentos estratégicos para o desenvolvimento do território concelhio, nas intenções de investimento da EP – Estradas de Portugal para o período 2015-2018, anunciadas recentemente.
No documento apresentado pela presidente da Câmara, Maria do Céu Albuquerque, na última reunião de Câmara, a autarquia manifesta o seu desagrado pela não inclusão de investimentos como a ponte rodoviária sobre o Rio Tejo entre as proximidades de Abrantes e Tramagal, prevista no Plano Rodoviário Nacional, recordando que a construção desta nova travessia tem vindo “a sofrer adiamentos sucessivos”. Acrescenta que, na obstante o investimento em curso na ponte rodoviária de Rossio ao Sul do Tejo que, “consta de mera conservação, sem nenhuma dotação técnica para acolher o tráfego intenso que se verifica e que se acentuou com a introdução do pagamento de portagens na A23”, a Câmara reitera veemente a importância deste eixo estruturante para o desenvolvimento do concelho, nomeadamente projetos empresariais concelhios e regionais. Atendendo à situação financeira do país, o município renova a sugestão que tem vindo a apresentar às instâncias decisórias para que em alternativa à suspensão da construção do IC9, seja realizada uma intervenção faseada, dando prioridade à construção de uma nova travessia sobre o Tejo e, numa segunda fase, a construção do Itinerário.
Insiste junto da EP para que assuma também, entre as suas opções estratégicas prioritárias, o reperfilamento e requalificação do troço entre a Rotunda do Olival e a ponte rodoviária Abrantes/Rossio ao Sul do Tejo, onde coexistem troços degradados com taludes nas barreiras do Castelo, propriedade do Estado, e que com frequência são alvo de derrocadas, ameaçando a segurança de viaturas e peões.
Nesta posição pública em defesa dos interesses das comunidades locais, a Câmara critica a “alternativa à tendência cega para serem privilegiados investimentos assimétricos no litoral” e recorda que o Município de Abrantes tem cumprido o seu papel e tem pronto o projeto relativo à requalificação do troço da Avenida António Farinha Pereira que coincide com a EN 244-3 (estrada sob jurisdição da EP-Estradas de Portugal, S.A.). Tratando-se de uma via estruturante e principal no contexto da malha urbana, a mesma não está ainda totalmente integrada como via urbana, de modo a proporcionar fluidez de tráfego, segurança de automobilistas, segurança de peões e rápido e fácil acesso a locais de grande relevância no contexto da zona urbana, designadamente as zonas de instalação de unidades empresariais, pelo que urge a sua requalificação.
No documento que será enviado ao Governo e à EP, a presidente da Câmara apela a que estas instâncias “reconsiderem as suas prioridades de investimento e que atendam à sua nobre missão de contribuir para a coesão social e territorial de todo o país”.