Por: Ana Graciosa
Nem todos amam da mesma maneira, assim como, nem todos os vínculos conjugais têm a mesma característica.
Existe uma enorme diferença entre o amor e o apego, e posso dizer que são raras as pessoas que amam, e por isso mesmo “sofrem”, porque não sabem amar e nem tão pouco sabem o que é o amor.
Na realidade, a maioria das pessoas, só sentem apego e quanto mais se agarram e apegam a algo ou alguém, mais medo têm de perder e com isso vem o sofrimento.
As pessoas que amam genuinamente, em todas as situações, geralmente pensam, sentem e dizem: eu amo e por isso quero que outrem seja feliz, se isso me incluir, ótimo, se assim não for, paciência, porque o mais importante, e o que mais desejo, é a felicidade dessa pessoa, quer seja comigo ou não.
Com amor, nós aprendemos a exercitar a paciência, paralelamente com a tolerância, até porque às vezes, quando um se cansa, o outro, espera. Quando um está a pensar em “desistir” de alguma coisa, o outro procura ajudar, acalmar, apaziguar e tentasse resolver tudo de alguma forma, para que o outro fique tranquilo e em paz. Demonstrasse que o mais interessante e importante de uma caminhada, é fazê-la em conjunto, não com o objetivo eterno ou de posse, mas sim, como se tratasse de visualizar a paisagem circundante um dia de cada vez, e aprender que o que se vai descobrindo enquanto juntos, é em partilha e união, com base no completar o bem estar um do outro.
O amor é apaixonado, desinteressado, libertador…
Quando o caso é de apego, o sentimento já é diferente, há um misto de sentimentos de conquista e medo de perder tão forte, que acaba por atrapalhar a visão do futuro de um relacionamento, ficando num perfeito estado de alerta, o que acaba por gastar toda a energia psíquica em torno de toda a questão emocional.
Algumas pessoas pensam e interiorizam: eu amo e por isso quero que outrem me faça feliz. Esse é um sentimento egoísta e de posse, tipo agarrar e não largar, e daí o sofrimento, e o tal medo de perder, porque pensam que quanto mais se agarram a algo ou alguém, demonstrando o quanto se importam e querem, isso significa amor, mas não… isso é apego.
O apego é apático, possessivo, egocêntrico…
Quando se consegue “matar” o sentimento de apego, nasce a liberdade saudável e emocional.
As pessoas deveriam sentir-se preenchidas com elas próprias, mesmo estando sozinhas, ou não, sentirem-se em paz, serenas e tranquilas, deixarem fluir sem sufocar, em que o sentimento em relação aos outros, fosse somente e simplesmente, o de se completarem e não o de posse, e nunca esperarem que seja outrem o feitor de certos “milagres”… a maioria das pessoas sofre de amor porque não amam… nem a elas próprias…