O Secretário de Estado da Defesa Nacional, Marcos Perestrello, deslocou-se à freguesia de Carregueira a convite do Presidente da Junta de Freguesia, Joel Nunes Marques para inaugurar o Padrão aos Combatentes no dia 27 de fevereiro.
A cerimónia teve início com a apresentação da força pelo seu comandante 1º Sargento Fábio Gamboa, seguiu-se o descerramento da placa inaugurativa pelo Secretário de Estado da Defesa Nacional, Presidente da Junta e de Freguesia e Presidente da Liga dos combatentes.
A Bênção do Padrão foi realizada pelo Senhor Capelão do Regimento de Engenharia 1, Reverendo Padre José Costa ao que se seguiram as intervenções do Presidente da Junta de freguesia, Joel Nunes Marques, do Sargento-Chefe Carlos Pombo; Presidente do Núcleo de Santarém da Liga dos Combatentes, do Tenente-General Joaquim Chito Rodrigues; Presidente da Direção Central da Liga dos Combatentes, de Paulo Queimado, Presidente da Câmara Municipal de Chamusca e de Marcos Perestrello; Secretário de Estado da Defesa Nacional.
Foi realizada a homenagem militar e deposição de flores e um minuto de silêncio em honra dos que ergueram a bandeira da pátria, a cerimónia oficial encerrou após uma prece do capelão José Costa.
Lista de Presentes
Discurso do Presidente da Junta de Freguesia de Carregueira
Inauguração do Padrão ao Combatente
Carregueira, 27 de Fevereiro de 2016
Ex.mo Sr. Marcos Perestello, Secretário de Estado da Defesa Nacional
Ex.mo Sr. Paulo Queimado, Presidente da Câmara Municipal da Chamusca
Ex.ma Sra. Elisabete Albuquerque, Presidente da Assembleia de Freguesia da Carregueira
Exs. mos Srs. Deputados da Assembleia da Republica
Ex.mo Sr. Tenente General Chito Rodrigues, Presidente da Liga dos Combatentes,
Ex.mo Sr. Major General Luis Nunes da Fonseca, Comandante da Brigada Mecanizada
Ex.mo Sr. Coronel tirocinado Pedro da Fonseca Lopes, 2º Comandante da Brigada de Reação Rápida
Ex.mo Sr. Sargento Ricardo Ramos, Comandante do Posto Territorial da GNR na Chamusca,
Ex.mo Sr. Rui Saramago Comandante dos Bombeiros Voluntários da Chamusca,
Ex.mo Sr. Fernando Freire, Presidente da Câmara Municipal da Barquinha
Ex.ma Sra. Cláudia Moreira, Vice-presidente da Câmara Municipal da Chamusca
Ex.mos Sr. Vereadores da Câmara Municipal da Chamusca,
Ex.mos Srs. Presidentes de juntas e uniões de Freguesia,
Ex.mos Srs. Deputados à Assembleia Municipal da Chamusca,
Ex.mos Srs. Membros da Assembleia de Freguesia da Carregueira,
Ex.mos Srs. Presidentes de Núcleo da Liga dos Combatentes de Santarém, do Entroncamento, de Abrantes, de Vila Franca de Xira e de Rio Maior
Ex.mos Presidentes e Representantes de associações locais,
Digníssimos convidados,
Minhas Senhoras e meus Senhores,
Permita-me Vossa Excelência o Secretário de Estado da Defesa Nacional que na pessoa do Sr. Tenente General Chito Rodrigues, inicie esta intervenção saudando e enaltecendo com toda a reverência os heroicos Combatentes aqui presentes.
Permita-me igualmente que em nome da população da Freguesia da Carregueira e dos seus Combatentes por Portugal lhe agradeça a sua mui nobre presença.
A sua presença é um testemunho claro do valor e da importância intrínseca que o atual governo de Portugal pretende dar ao interior do País e ao trabalho desenvolvido pelas autarquias locais.
Ex.mo Sr. Presidente da Câmara Municipal da Chamusca, não poderei deixar passar em branco o reconhecimento a V.Ex.ª pelo apoio, pelo encorajamento e pela parceria incondicional, ao longo deste mandato e em particular na realização do momento que estamos hoje a presenciar.
Ex.mos Srs. Deputados da Nação, muito nos honra a Vossa presença, presença essa que só prova que as palavras dos programas eleitorais não foram vãs e que primam por manter contacto com a população e com as entidades do Distrito pelo qual foram eleitos.
Ex.mo Sr. Comandante da Brigada Mecanizada e Ex.mo Sr. 2º Comandante da Brigada de Reação Rápida,
O ADN dos habitantes da Carregueira e do Arripiado está claramente identificado com a vida militar, por um lado a proximidade com o campo militar de santa Margarida e por outro o facto da zona de lançamento, vulgo campo dos para-quedistas estar sediado no nosso território.
Estes fatores têm dotado a população da Freguesia de um interesse e reconhecimento elevado pelo trabalho desenvolvido por estas duas Brigadas, agradeço assim a Vossa honrosa presença.
Minhas Senhoras e meus Senhores,
Reunimo-nos aqui hoje para lembrar todos aqueles que combateram em nome de Portugal.
Reunimo-nos para reconhecer e prestar a devida homenagem a quem com o sacrifício da sua própria vida, foi fundamental num dos momentos mais difíceis da nossa história, garantindo a perenidade da nossa identidade nacional.
Reunimo-nos para eternizarmos na Freguesia da Carregueira, a coragem, o sofrimento, a saudade e o heroísmo do Combatente.
Citando Miguel Torga: “Cada época é definida pelo que apresenta de novo, de especificamente seu.”
O Padrão aos Combatentes que acabamos de descerrar, pode não ser uma obra de arte requintada desenvolvida por um Mestre de escultura, porque não o é.
Os condicionalismos financeiros que as juntas de freguesia atravessam não lhes permite recorrer ao mais fácil e serem amolecidas pelo consumo.
O condicionalismo financeiro, permitiu que este Padrão tivesse hoje uma história que representa as mais belas manifestações humanas, numa conceção inteiramente inédita, original e inconcebível noutro tempo da história.
Humildemente e sem qualquer tipo de pudor vos digo que este Padrão nasceu na secretária de um presidente de junta que como tantos outros se vê obrigado a acumular as funções de autarca com as de arquiteto, mestre-de-obras, contabilista, técnico do ambiente, psicólogo entre muitas outras, para além claro, da sua atividade profissional.
Não seria hoje coerente com a minha forma de ser e estar na vida, se não reconhece-se publicamente o esforço, o sentido de responsabilidade e de missão dos funcionários da autarquia que estiveram intimamente ligados à construção com as suas próprias mãos deste Padrão.
Agradeço igualmente a confiança depositada pelo Presidente do Núcleo dos Combatentes de Santarém, Carlos Pombo, pois foi incansável no apoio, na disponibilidade e na motivação para que a edificação deste Padrão fosse uma realidade.
Minhas senhoras e meus senhores,
O que somos hoje enquanto Nação e enquanto País dependeu em larga medida do contributo dos Combatentes. É premente lembrar que as Forças Armadas estão intimamente ligadas à existência do Portugal Livre e democrático nascido do 25 de Abril.
No corrente ano comemoram-se 40 anos do poder local, foi a revolução de abril que permitiu a Portugal integrar este movimento de descentralização, pois, como é sabido, o poder local é, antes de mais, um resultado feliz da democracia.
É o poder local principalmente no interior do País que tem o papel e a responsabilidade do desenvolvimento com práticas de políticas ativas, na valorização do seu património natural e construído por um lado, e por outro na defesa intransigente das suas populações e da sua memória coletiva.
Heroicos Combatentes,
A oportunidade que tenho hoje de me dirigir a vós é seguramente um dos momentos de maior responsabilidade na minha vida de autarca.
De certa maneira, quero aproveitar o momento para dar voz à minha geração que tendo vivido em circunstâncias muito diferentes das vossas, olha-vos com admiração e sobretudo com elevado respeito.
A história de um povo é feita de memórias e de exemplos, desejo que este Padrão permita que a Vossa história passada vos projete no presente e que permaneça no sangue da nossa Nação.
Por motivos óbvios não fui combatente, mas a proximidade territorial com a realidade militar da terra que me viu nascer, por razões familiares, pela minha passagem pela vida militar e fundamentalmente pela honra que tenho em manter laços de amizade com grande parte dos combatentes aqui presentes, posso afirmar que muito tenho aprendido convosco.
Aprendi, que os verdadeiros soldados lutam não pelo ódio que está adiante mas porque amam os que deixaram em casa;
Aprendi que as guerras vão e vêm, mas que os soldados são eternos;
Aprendi que nas provações mais duras se forjam amizades que não distinguem raças, origens ou níveis de instrução;
Aprendi o que é o respeito pelos que foram adversários e antigos inimigos,
Aprendi que quem mais deseja a Paz foi quem já teve de combater.
São estas algumas lições que têm de ser recordadas às novas gerações, mas estes ensinamentos ninguém senão vós os pode transmitir na perfeição. Portugal precisa hoje tanto do Vosso exemplo e presença como no dia em que foram chamados para combate.
Minhas senhoras e meus senhores,
Que saiamos daqui hoje, inspirados no testemunho daqueles que já deram tudo pela Pátria, que mais facilmente encontraremos inspiração para vencer os grandes desafios com que o País se depara.
Que o dia de hoje, fique marcado por um ato que acima de tudo é de reconhecimento para todos os combatentes e para as suas famílias, que recebem uma justíssima homenagem, um tributo ao esforço e ao sacrifício de quem defendeu a Pátria até ao limite da sua própria vida.
Este Padrão aos Combatentes não apaga a dor dos Combatentes e das suas famílias, pois isso é impossível, mas será um permanente reavivar da memória de todos, para que tenhamos consciência da necessidade imperiosa de evitar a guerra.
É essencial que as novas gerações que felizmente têm sido poupadas deste sofrimento percebam a extrema necessidade de se investir na Paz.
Que este Padrão aos Combatentes erguido na Freguesia da Carregueira prossiga o propósito de homenagear e imortalizar os combatentes deste País e em particular as duas centenas de Combatentes da Carregueira e do Arripiado,
porque,
Se ergueram a bandeira da Pátria, que a Pátria os Honre.