Por: Lurdes Véstia
As Igrejas Católica Romana, Ortodoxa, Ortodoxa Oriental, Anglicana e a Luterana veneram a Virgem Maria de maneiras distintas, que podem adotar a forma de oração, pedindo a sua intervenção junto de Jesus Cristo, mas também de poemas, canções, pinturas, esculturas e títulos que são denunciadores de uma posição de relevância em relação aos outros santos.
Na Igreja Católica, Maria é identificada pelo título de Bem-Aventurada, como reconhecimento à sua subida ao Céu e à sua capacidade de interceder em favor daqueles que a ela recorrem por meio de orações e práticas devocionais. Os católicos romanos têm realizado atos de consagração a Maria em diferentes níveis, seja pessoal, social ou regional e colocam grande ênfase no seu papel de protetora e intercessora, referindo-se-lhe como "Mãe de Deus cuja proteção é fiel em todos os perigos e necessidades”. Maria é a Mãe de todos os cristãos
Maria é vista como Mãe da Igreja e de todos os que dela fazem parte. O ensinamento de que Maria acode por todos os que pedem a sua intercessão, através da oração, remete aos primeiros séculos do cristianismo.
Títulos
A Maria foram atribuídos diversos títulos, que podem fazer referência às suas virtudes ou aos locais em que apareceu: Nossa Senhora de Nazaré, da Conceição, do Rosário, do Carmo, da Boa Viagem e de Fátima, dentre outros.
Os meses de Maio e Outubro são tradicionalmente meses Marianos para os católicos romanos. Em Outubro o rosário diário é incentivado e em Maio as práticas devocionais têm o seu ponto alto em muitas regiões.
Nossa Senhora dos Avieiros e do Tejo
O título de Nossa Senhora dos Avieiros e do Tejo nasceu da vontade das comunidades ribeirinhas, e esta representação pretende ser um elo de comunhão entre todos os que no Tejo encontram o seu modo de vida.
A Igreja Portuguesa aceitou o nome proposto pelas comunidades e no dia 4 de Maio de 2013 celebrou-o m missa solene, realizada na Igreja de Jesus Cristo, em Santarém, tendo aí consagrado a imagem para, nesse ato passar a reconhecer Nossa Senhora como aquela que guia e protege os pescadores do Tejo e as comunidades ribeirinhas deste grande rio ibérico.
Coroação de Maria
É tradição cristã que Maria da Nazaré, aos 72 anos de idade, se despediu da vida terrena. Despediu-se, porque no sentido teológico não morreu, mas teve um sono passageiro onde foi venerada por todos os Apóstolos, presentes naquele dia, e foi depois transportada aos Céus, em Corpo e Alma. (Dogma de Fé).
A Coroação da Virgem ou de Maria é um assunto da arte cristã, especialmente popular em Itália entre os séculos XIII a XVIII. A cena é comummente retratada com a imagem de Jesus, às vezes acompanhado por Deus Pai e o Espírito Santo, na forma de uma pomba, que coloca uma Coroa na cabeça de Maria, proclamando-a "Rainha dos Céus".
Em versões anteriores, a Coroação ocorre no paraíso na forma de um tribunal terrestre, composto por santos e anjos. Em versões posteriores, a Coroação é vista por figuras sentadas em nuvens e o paraíso é retratado como o céu. Maria às vezes é retratada, na arte cristã oriental e ocidental, sendo coroada por um ou dois anjos.
No primórdio do período gótico o tema tornou-se comum e teve grande participação no aumento da devoção a Maria, sendo um tema frequente para a sobrevivência das pinturas de painéis italianos do século XIV, encomendados, geralmente, para ilustrar o altar lateral de uma igreja. A grande maioria das igrejas católicas têm um altar lateral dedicado a Maria. A Coroação de Maria é o quinto mistério glorioso do Santo Rosário.
É tradição da igreja católica os rituais conhecidos como Coroações de Maio, onde figuras humanas colocam uma coroa numa imagem da virgem Maria.
Coroação de Nossa Senhora dos Avieiros e do Tejo
Foi a 2 de maio de 2015 que se realizou em Vila Velha de Ródão o Encontro Diocesano do Apostolado da Oração, organizado pela Diocese de Portalegre/ Castelo Branco e foi esta assembleia de cristãos que recebeu a imagem de Nossa Senhora dos Avieiros e do Tejo para no seu seio ser Coroada pela Bispo da Diocese.
A manhã foi organizada em diálogos entre a assembleia e os oradores presentes. De tarde ouviu-se música pelo coro da Santa Casa da Misericórdia e depois entrou-se na solenidade da Coroação. Após um breve enquadramento teórico sobre a Imagem de Nossa Senhora o Senhor Bispo de Portalegre/ Castelo Branco, D. Antonino Eugénio Fernandes Dias, procedeu à Coroação da Imagem.
Após a celebração a Imagem deu entrada na Igreja Matriz de Vila Velha de Ródão onde se manterá até 30 de maio dia em que encetará a sua peregrinação fluvial anual pelo Tejo e que este ano decorrerá entre Vila Velha de Ródão e a Marina de Oeiras.