Estudo aponta ainda para a falta de sensibilização de medicamentos biológicos
Lisboa, de 15 dezembro de 2017 – Um estudo europeu da Universidade de Duisdburg-Essen, na Alemanha, desenvolvido com o apoio da AbbVie, vem alertar para a subnotificação de reações adversas a medicamentos em Portugal, em especial por parte dos cidadãos. Tal vai ao encontro dos mais recentes dados do INFARMED que sublinham que, desde 2012, do total de 12.326 notificações de efeitos adversos apenas 8% foram originados pelos cidadãos.
O estudo “Farmacovigilância na União Europeia: Implementação prática nos Estados Membros”, liderado por Michael Kaeding, especialista em políticas europeias e professor na Universidade de Duisdburg-Essen, apresenta uma análise dos principais desafios identificados em seis países europeus, incluindo Portugal, país para o qual apresenta três recomendações-chave:
O estudo defende ainda que, de um modo global, não tem sido dada a devida atenção aos medicamentos biológicos os quais, pelas suas características e complexidade, devem ser vistos como um desafio especial para a farmacovigilância. É universalmente aceite que todos os medicamentos podem gerar reações adversas durante o seu uso terapêutico normal. Porém, no caso dos biológicos, dado o seu modo de desenvolvimento e de produção, de grande complexidade, e a sua sensibilidade, os autores defendem a criação de uma regulamentação e políticas específicas.
A notificação atempada e correta das reações adversas é particularmente importante no caso dos biológicos. No entanto, um dos principais problemas identificados pelo estudo, em Portugal, mas também nos restantes países em análise, está na reduzida identificação dos números de lote, um elemento essencial para a rastreabilidade destes medicamentos. Os autores vão ainda mais longe referindo que no caso português, a falta de sensibilização relativamente aos medicamentos biológicos é particularmente preocupante.
O estudo “Farmacovigilância na União Europeia: Implementação prática nos Estados Membros”, da Universidade de Duisburg-Essen, foi desenvolvido com o apoio da biofarmacêutica AbbVie e avaliou o funcionamento e a implementação precisa da legislação europeia em matéria de Farmacovigilância em seis países: Reino Unido, Finlândia, França, Polónia, Portugal e Alemanha.