Por: Ana Fonseca da Luz
Hoje, de manhã, fui até à Chamusca, tomar um café e dar “dois dedos de prosa” como dizem os nossos amigos brasileiros, com a minha amiga Cristina Correia.
De vez em quando, gostamos de nos encontrar, porque ambas temos o vício da escrita..
Mas melhor, muito melhor do que isso, foi pudermos constatar de que massa, algumas mulheres são feitas.
Até à nossa mesa de café, chegaram, quase ao mesmo tempo, duas amigas que não são só virtuais, mas amigas de longa data.
Ambas têm cancro. Eu sei que a palavra consegue ser quase tão feia como a doença, mas volto a repetir a palavra “cancro” porque é uma doença, que pode ser vencida, tal como tantas outras.
Ambas tiraram um peito, ambas estão presentemente bem mas, o que me impressionou, foi a maneira como ambas brincavam com a doença, como ambas lidavam com o facto de usarem próteses, de como arrancavam gargalhadas uma à outra e de como nos faziam rir, a mim e à Cristina.
Onde vão elas buscar aquele poder, aquela beleza e aquele sorriso, apesar de uma delas ter o cabelo rapado e a outra, já ter cabelo novo, mas completamente branco?
Não sei.
Espero nunca vir a saber.
Mas se um dia o mesmo me acontecer e eu tiver de brigar contra aquela doença de nome feio, espero ser tão corajosa como a Albertina e a Lurdes.
Para elas, o meu beijo, a minha força e TODA a minha admiração.