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Por: Catarina Betes
Há dias que não planeamos e que correm excecionalmente bem. Dias em que cumprimos naturalmente os nossos objetivos, apenas porque sim. Normalmente são aqueles em que a informalidade reina e a alma sente-se solta, porque só libertos, somos inteiros.
Depois surgem os outros. Aqueles que planeamos meticulosamente, com afinco, porque temos um objetivo concreto e definido.
E esses são, sem sombra de dúvida, os que acabam por nos surpreender.
Todas as conquistas começam com a decisão de tentar.
Ganhamos força, coragem e confiança quando saímos da nossa zona de conforto, enfrentamos o medo e nos propomos fazer exatamente o que achamos que não somos capazes.
Esses são normalmente os dias em que mais falhamos e os nossos ramos abanam um bocadinho, perante o vento que nos empurra.
E então, o que foi meticulosamente planeado, cai, deixando um rasto momentâneo de fragilidade.
Tal como os outros, também estes dias são determinantes, por que nos fazem crescer. Porque nos mostram que não estamos, não somos, nem nos levantamos sozinhos.
Erguemo-nos de mãos dadas com quem partilha a nossa luta, o nosso sonho.
É preciso força para sonhar, mas mais ainda para perceber que a estrada vai além do que se vê.
A verdade é que há dias em que temos que ser verdadeiramente corajosos.
Partilhar o que sentimos e somos, e finalmente compreender que não existem limites quando decidimos enfrentar os nossos receios.
Quando alimentamos mais a nossa coragem do que os nossos medos, passamos a derrubar muros e a construir pontes.
"O medo tem alguma utilidade, mas a covardia não."
(Mário Quintana)