A Exposição “Santarém Cidade em Crescente” é inaugurada no dia 7 de maio, às 17h00, na Casa do Brasil, em Santarém.
Esta Mostra, que vai estar patente durante 9 meses, distribui-se por 10 espaços de Exposição, e apresenta 70 Peças, pertencentes ao espólio do Museu Municipal de Santarém, do Museu Etnográfico da Ribeira de Santarém, do Museu Municipal Carlos Reis de Torres Novas, do Museu Nacional de Arte Antiga e do Museu Geológico de Lisboa.
Apresenta-se como uma proposta de leitura do espírito do lugar (Genius loci), de modo a consubstanciar-se numa logomarca agregadora das estratégias culturais, sociais e económicas, do município.
Esta leitura parte de uma matriz identitária de base geográfica - mediterrâneo oriental – ‘crescente fértil, sublinhando a dimensão da memória da sua paisagem cultural (fertilidade - ‘paisagem da abundância’).
A exposição aborda temáticas diversificadas, muito ligadas com o fundo cultural da região, com destaque para a importância da agricultura: vinho, azeite e cereais, do touro e do cavalo, do rio e da lezíria. Explora, paralelamente, as vertentes simbólico-religiosas, particularmente as ligadas à fertilidade - ‘paisagem da abundância’, e interpreta a importância local, o simbolismo e a religiosidade das águas, presentes no mito de Santa Iria."
“Santarém Cidade em Crescente” combina objetos museológicos: Harpócrates, capitel árabe, pithoi fenícios, lucernas islâmicas, ânforas, talhas, arreios e selas, estelas medievais, etc, com imagens iconográficas e fotográficas e conta com três instalações de arte contemporânea de Carlos Amado, sobre O Sagrado e o Azeite, Fernanda Narciso, sobre o Rio e de João Maria, sobre Mãe Terra. Origem da Terra – Cromlek.
Esta iniciativa aposta fortemente na componente sensorial, experiencial e multimédia, em que se destacam três Projetos Multimédia: dois do Realizador Jorge Sá: “Tons da Terra” – Génese e simbolismos ancestrais da Humanidade e “Não se Es gota”- sobre a Água e o terceiro, “Aqui se ara”, de Diana Amado, que vão estar patentes e podem ser vistos, durante os 9 meses da exposição.
Carlos Amado e Luís Mata, técnicos da Câmara de Santarém, foram os autores deste projeto, a partir da investigação sobre a história de Santarém, realizada por Luís Mata. A coordenação desta exposição está a cargo de Carlos Amado.
À semelhança da exposição anterior – “Modos, Medos e Mitos”, esta exposição tem como objetivos gerais: assinalar o papel histórico das civilizações do mediterrâneo oriental (fenícios, sírios, árabes, judeus) na paisagem e na estrutura urbanística da Cidade; realçar a característica urbana da topografia de Santarém: Cidade de planalto (Móron = monte); sublinhar a importância da agricultura na economia regional, nomeadamente do vinho, do azeite, dos cereais e dos legumes, muitos deles introduzidos pelos povos do levante; acentuar o papel dos conhecimentos tecnológicos e da ação humana dos muçulmanos na criação de uma paisagem aluvionar (a lezíria de Santarém como o resultado de uma transferência tecnológica de uma agricultura característica das civilizações do crescente fértil e sua adaptação às características naturais locais: campos de lezíria antigos e modernos; consolidação dos mouchões, colmatagem contínua das terras sujeitas ao regime de cheias, fixação nos terraços fluviais embutidos desde o Paleolítico Inferior); reproduzir a dimensão cultural e mental do Tejo, com paralelos no mar Mediterrâneo, no Médio Oriente e no Norte de África; assinalar o convívio entre o Homem e o elemento água, num equilíbrio representativo de uma paisagem cultural (tal como Veneza ou o Nilo); a religiosidade e o simbolismo das águas: Santa Iria, fertilidade, etc (tal como o Nilo, o Tejo tem um regime hídrico de cheias regulares – ‘crescidas’ – que vão garantindo a reposição da fertilidade do solo e o consequente sucesso da instalação das populações, bem como destacar a importância cultural e simbólica do cavalo e do touro (cornos=crescente).
Durante a exposição vai decorrer um Ciclo de Conferências “Crescer ao Shabbat”. A primeira Conferência tem lugar dia 13 de maio, às 16h00, “O oriente (tão) próximo”, por Luís Mata, no Auditório da Casa do Brasil.
“A comunicação pretende averiguar a influência da significação simbólica das civilizações do Crescente Fértil na mundividência regional. Uma influência bastante precoce e perfeitamente atestada nos vestígios da cultura material baixo-tagana, fortemente orientalizada, quer em termos formais e decorativos, quer funcionais, mas sem aparente paralelo nos domínios da cultura imaterial. Serão apresentados os diversos contributos que, há mais de um século, os diferentes cientistas sociais têm dado à bibliografia local, bem como os mais recentes progressos feitos nos campos da arqueologia sidérica e da filologia oriental”.
A segunda conferência, a cargo de Ana Arruda, está agendada para dia 3 de junho, “A presença fenícia no Vale do Tejo”.
A 17 de junho, tem lugar a terceira conferência, sobre “Como foram andando o tempo e os mundos?”, por Nuno Peixinho.
No dia 8 de julho, Moisés Espírito Santo apresenta “O Touro: sagrado, simbólico e lúdico”.
Dia 23 de setembro, Aurélio Lopes apresenta "Senhora das águas, do tempo e dos trabalhos: As multivalentes simbologias lunares nas sociedades camponesas do Vale do Tejo".
Dia 28 de outubro, Cláudio Torres apresenta “Islamização do Vale do Tejo”.
Dia 25 de novembro, a Associação de Agricultores do Ribatejo apresenta “O Ribatejo de um ponto de vista agrícola”.
No dia 16 de dezembro, Mário Tropa apresenta “A Arte como intervenção social”.
A par destas iniciativas, a Exposição conta com apontamentos musicais ao ar livre, visitas guiadas para o público em geral que se iniciam desde já, e duas oficinas pedagógicas para as crianças e jovens: “Ciência à vista” e “Viagens na minha terra”, que têm início em setembro.
A Oficina Pedagógica “Ciência à vista” vai explorar, de forma lúdica, certos fenómenos científicos diretamente ligados à realidade local: os ciclos dos astros; relação dos ciclos astrais com o fenómeno das marés e das sementeiras; o magnetismo; propriedades da luz, etc. Será abordada a relação da observação empírica (pré-científica) destes fenómenos com certas práticas mágico-religiosas, culturais e socioeconómicas dos povos
Na Oficina Pedagógica “Viagens na minha terra”, através de percurso acompanhado por um monitor são abordadas diferentes temáticas exploradas, com particular atenção aos aspetos sensoriais e experienciais. Os participantes são estimulados a refletir sobre as persistências atuais das diversas características identitárias do lugar.
Para os mais novos, a organização desenvolveu o Jogo Didático “Por este rio abaixo”, em que, através de um ‘jogo da glória’, em grande formato, os participantes recriam a lenda de Santa Iria, através da construção, em puzzle, de um rio que vai percorrer o piso térreo. Ao longo do percurso são explicadas as tradicionais relações de Iria com Santarém, bem como o simbolismo presente na estória da Santa.
Esta Exposição conta com o apoio da Agência Portuguesa do Ambiente – APA – Ministério do Ambiente, do Jornal O Ribatejo, do Museu Etnográfico da Ribeira de Santarém, do Museu Geológico de Lisboa, do Museu Municipal Carlos Reis de Torres Novas, do Museu Nacional de Arte Antiga, do Rancho Folclórico da Ribeira de Santarém, da SL Seguros, da Torre do Tombo e da Viver Santarém, Desporto e Lazer, EM, SA.
Grande parte das fotos desta exposição são da autoria de José Freitas, tais como: painel de abertura, fotos da Lezírias, das Portas do Sol e das cisternas.
Exposição “Santarém Cidade em Crescente” em números:
ü Patente durante 9 meses
ü 10 Espaços de Exposição – Casa do Brasil
ü 70 Objetos expostos
ü 50 Objetos do Museu Municipal de Santarém
ü 12 Objetos do Museu Etnográfico da Ribeira de Santarém
ü 3 Objetos do Museu Municipal Carlos Reis de Torres Novas
ü 1 Objeto do Museu Nacional de Arte Antiga
ü 1 Objeto do Museu Geológico de Lisboa
ü 3 Instalações Artísticas:~
Carlos Amado: O Sagrado e o Azeite
Fernanda Narciso: Sobre o Rio
João Maria: Mãe Terra. Origem da Terra - Cromlek
ü 3 Projetos Multimédia:
“Tons da Terra” – Génese e simbolismos ancestrais da Humanidade – Realizador Jorge Sá
“Não se Es gota”- sobre a Água - – Realizador Jorge Sá
“Aqui se ara” – Projeto de Diana Amado
ü 1 Ano de preparação. Desde agosto de 2016.
Apoios:
ü Agência Portuguesa do Ambiente – APA – Ministério do Ambiente
ü Jornal O Ribatejo
ü José Freitas
ü Museu Etnográfico da Ribeira de Santarém
ü Museu Geológico de Lisboa
ü Museu Municipal Carlos Reis de Torres Novas
ü Museu Nacional de Arte Antiga
ü Rancho Folclórico da Ribeira de Santarém
ü SL Seguros
ü Torre do Tombo
ü Viver Santarém , Desporto e Lazer, EM, SA