Presidente da Câmara de Mação critica PS por chumbar passagem para o Médio Tejo O presidente da Câmara de Mação contestou ontem a decisão do Grupo Parlamentar do PS no Parlamento de chumbar a passagem do município para a sub-região do Médio Tejo, como havia sido localmente pedido por unanimidade pelos partidos com assento na autarquia.
"Foi com profunda tristeza e estupefacção que acolhemos a notícia, que é contra-natura e contrária aos interesses do concelho de Mação, da sua população e dos eleitos locais, e é típica de um Governo autoritário que vai, também, contra a opinião unânime dos deputados”, afirmou Saldanha Rocha.
Em Abril, a Comissão de Poder Local aceitara discutir a proposta de reintegração do concelho de Mação na sub-região do Médio Tejo em detrimento da NUT (Nomenclatura de Unidade Territorial) do Pinhal Interior Sul, uma mudança que ocorreu no início do ano e que produziu ”consequências nefastas para o município, nomeadamente na área da saúde", recordou o autarca (PSD).
A moção aprovada nos órgãos locais "propunha era que fosse desencadeado um processo que conduzisse à integração do município de Mação na NUT do Médio Tejo, em virtude de ser aquela que melhor enquadra este município, para onde nos deslocamos, onde temos relações de maior proximidade e onde trabalhamos em projectos conjuntos”, explicou o autarca.
“É um dia difícil de digerir”, acrescentou Saldanha Rocha, que disse ser “necessário manter a persistência uma vez que a razão assiste o povo de Mação e a pretensão é justa e é óbvia”.
Por seu turno, o deputado social-democrata Miguel Relvas considerou que a decisão do PS “demonstra uma arrogância e um centralismo inaceitável e mostra bem como o Governo trata os municípios e o poder local”.
“São assim como o feijão frade, com duas caras. Em público votam a favor, porque sabem que é justo. No outro dia, escondidos, votam contra o agendamento que resultaria na aprovação no Parlamento”, afirmou.
Miguel Relvas acrescentou que “a atitude do PS é vergonhosa eticamente, mostra um partido que não é fiável e em que não se pode confiar, sendo que este tipo de comportamento tem de ser energicamente denunciado pelo PSD”.
Em declarações à agência Lusa, o deputado socialista Nuno Antão, eleito pelo círculo eleitoral de Santarém, disse que “a questão apresenta problemas formais que não foram ultrapassados” mas que, na prática, o município de Mação “não é afectado com a questão”.
“Por um lado, não há exemplo nenhum no país de mudanças de municípios no âmbito das NUT II" e "existem condicionalismos impostos pela própria União Europeia relativamente ao reordenamento do território, sendo que a questão mexe ainda também com dados estatísticos e fundos comunitários”, afirmou.
Nuno Antão acrescentou que “em termos práticos Mação vai continuar a aceder aos fundos comunitários através do trabalho conjunto das duas NUT e a população vai continuar a utilizar as mesmas unidades de saúde, como até aqui”.
“A mudança de Mação para o Médio Tejo é uma falsa questão e, neste momento, não faz sentido”, concluiu.
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