Por: Antonieta Dias (*)
Serviço Nacional de Saúde no Século XXI
O homem é o mais elevado na escala dos seres vivos. As suas funções psíquicas são diferenciadas, o que leva a crer que a sua origem, a sua natureza, o seu destino é único.
O homem possui um mundo dentro de si que não pode ser destruído por outro homem.
Se não preservamos a espécie humana estamos a modificar o ciclo biológico, sendo que o sentido da vida reside no aperfeiçoamento humano, onde a natureza obedece a uma hierarquia de valores aos quais os verdadeiros Homens tem que ser sensíveis.
Não existe progresso se não seguirmos os princípios dos valores éticos.
Ser médico é acreditar na ciência, é cuidar da pessoa, é dar vida, é dar conforto, é tratar a pessoa com dignidade.
É inaceitável que um doente não tenha direito ao cumprimento das normas éticas, deontológicas e científicas preconizadas para o tratamento da sua doença.
Cuidar não é matar nem privar dos recursos necessários para tratar o doente e curar as doenças.
Impedir a aplicação das normas orientadoras preconizadas pela Direção Geral de Saúde, por falta de recursos humanos ou técnicos é iludir os doentes que recorrem ao Serviço Nacional de Saúde.
Não podemos dizer que damos o que não temos, que tratamos quando não disponibilizamos os meios para o fazer.
A relação médico doente tem que ser sólida, segura e válida no plano humano e terapêutico, tem de ser real, legal e sensata para obter a confiança e a adesão terapêutica.
O médico não aceita perder a oportunidade de aplicar as descobertas científicas aos planos de tratamento dos seus doentes.
O Serviço Nacional de Saúde tem que cumprir os seus objetivos, tem que ser adequado, atualizado e moderno.
O Estado tem que assegurar as condições necessárias para que os doentes que pertencem a este sistema de saúde sejam tratados de acordo com a Legis Artes.
Vários estudos científicos demonstram que uma grande parte de chamadas de urgência para os médicos de família tem por base questões psicológicas, ou reações de ansiedade relacionadas por falta de tempo dedicada aos pacientes.
Um doente precisa de expor os seus sintomas ao médico para que o clinico consiga orientar o seu diagnóstico de acordo com as queixas do paciente e isso na maior parte dos casos não se consegue fazer em minutos.
O tempo de consulta não pode ser rígido, pois é variável e tem de ser suficiente para obter informações do paciente que permitam orientar corretamente o seu tratamento.
O período necessário para a realização da consulta vai depender da complexidade do caso clínico, da maior ou menor facilidade do paciente para relatar o evento e da capacidade do médico para adaptar os recursos existentes, às necessidades do doente.
O médico precisa de liberdade para exercer as suas funções, para diagnosticar e tratar, não pode ser pressionado por questões de carater económico, pois a saúde não tem preço e o ato médico exige muita responsabilidade por parte do profissional, bem como em muita disponibilidade e muita dedicação.
Em suma, cuidar é prestar um serviço de muita responsabilidade, implica competência e seriedade no que se diz e no que se disponibiliza.
Não se pode prometer se não se tem condições para se executar e o Estado tem que cumprir o que esta determinado na Lei.
(*) Médica